Perícia realizada nesta segunda-feira (24) pela Polícia Federal aponta indícios de que o bolsonarista Roberto Jefferson (PTB) premeditou a reação violenta contra o delegado e agentes que foram à sua casa no último domingo (23) cumprir uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A suspeita é a de que o ex-deputado e aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) montou o cenário após sua filha ter, na sexta (21), divulgado nas redes sociais vídeo em que ele xinga Cármen Lúcia, ministra do STF, associando-a a termos como "prostitutas", "arrombadas" e "vagabundas".
O laudo da perícia deve ficar pronto nos próximos dias. A PF ainda tenta identificar se Jefferson fez o vídeo de propósito para provocar sua prisão ou se a premeditação ocorreu após a repercussão.
Entre os elementos encontrados está um tripé para gravação de imagens e fita adesiva utilizada nas granadas. A perícia também encontrou marcas de 60 tiros de fuzil. Em depoimento, o político citou mais de 50, além de três granadas.
Cumprindo prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, o ex-deputado voltou a ser preso na noite deste domingo (23) após disparar tiros e atirar granadas contra policiais federais que foram à sua casa, em Levy Gasparian (RJ), cumprir ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele feriu dois policiais e foi indiciado sob suspeita de quatro tentativas de homicídio contra policiais.
A decisão de prisão foi dada porque o ex-deputado descumpriu medidas impostas pelo STF em uma ação penal em que ele é réu por sob acusação de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia. Ele estava proibido de dar entrevistas, receber visitar e usar redes sociais.
Em um primeiro momento, o presidente Jair Bolsonaro criticou tanto a reação de Jefferson como as decisões do STF. Horas depois, após a repercussão do caso, passou a chamar ok aliado de "bandido" e prestou solidariedade aos policiais feridos.
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