O pesquisador brasileiro Tulio de Oliveira, que atuou na identificação da variante Ômicron do coronavírus na África do Sul, disse em entrevista à revista Veja esperar que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declare o fim da pandemia porque "está todo mundo cansado". O cientista avaliou a melhora do cenário e afirmou que "a parte mais mortal da pandemia já passou".
Oliveira também ressaltou a necessidade de "aumentar o distanciamento e fazer o uso de máscaras", além de seguir a vacinação. Na entrevista, ele explicou que novas variantes só vão surgir "se quebrarem a imunidade prévia".
"Mas já sabemos que, se a pessoa foi vacinada, tem sintomas leves. Se teve a infecção e se vacinou, a imunidade sobe mais ainda. A mudança nas vacinas deve ser como tem na vacina da gripe. A parte mais mortal da pandemia já passou", afirmou.
Ao falar sobre a Ômicron, o pesquisador afirmou que era esperado que a variante seria "altamente transmissível". Mas ressaltou, também, que caso tivesse surgido no começo da pandemia, "teria matado dez vezes mais": "porque as pessoas não tinham proteção nem pela vacina nem pela infecção".
"No momento, novas variantes só podem emergir se quebrarem a imunidade prévia. É difícil que aconteça novamente o que houve com a delta na Índia e a gama no Brasil", disse.
No ano passado, Tulio de Oliveira entrou para a lista dos dez cientistas mais influentes de 2021. O ranking é da revista científica britânica Nature, e os nomes foram escolhidos pelo corpo editorial da publicação.
Em maio deste ano, o pesquisador brasileiro também foi reconhecido como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. A lista feita pela revista norte-americana Time também inclui a líder indígena Sonia Guajajara.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta