A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 30 dias para concluir as investigações do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na corporação. O relator do inquérito, ministro Celso de Mello, pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre a ampliação do prazo da apuração.
A solicitação partiu da delegada Christiane Correa Machado, chefe do Serviço de Inquéritos Especiais no STF e responsável pela condução do inquérito na PF.
Trata-se de pedido formulado pela Excelentíssima Senhora Chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (SINQ/DICOR), Dra. CHRISTIANE CORREA MACHADO, que requer, com apoio em fundamentadas razões (Despacho de Polícia Judiciária n. 263/2020, itens ns. 56/66), dilação de prazo (30 dias) para conclusão da presente investigação criminal. 3. Ouça-se, previamente, o eminente Senhor Procurador-Geral da República, em sua condição de dominus litis, escreveu Celso de Mello.
Na semana passada, Celso de Mello liberou a divulgação de quase toda a íntegra do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, marcada por palavrões, ofensas e ameças a outras instituições.
Palavrões. O vídeo da reunião expôs um governo totalmente desgovernado. No encontro, convocado para expor o programa Pró-Brasil de investimentos, Bolsonaro saiu do sério várias vezes, chamou governadores, como João Doria (São Paulo), de bosta e disse que quer todo mundo armado no País para impedir uma ditadura. Palavrões, ofensas, pitos e alfinetadas não faltaram naquela reunião no Palácio do Planalto.
É fácil impor uma ditadura aqui, o povo está dentro de casa. Aí vem um bosta de prefeito que faz uma bosta de um decreto, algema e deixa todo mundo dentro de casa, reclamou o presidente. Não foi a única frase na qual ele escancarou, com termos chulos, a divergência com governadores e prefeitos sobre a validade do isolamento social para combater a pandemia do coronavírus.
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