A Polícia Civil investiga o assassinato de um morador de rua atingido por um tiro disparado por um policial militar de folga. O caso ocorreu na madrugada de domingo (8) no Campo Limpo, zona sul de São Paulo.
Testemunhas apontam homofobia como possível motivo para o crime. No momento do tiro, a vítima dançava perto do PM, conforme depoimentos.
De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados para atender a um chamado na avenida Carlos Lacerda, onde um homem havia sido baleado. O endereço fica perto de várias casas noturnas.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram o morador de rua, identificado como Silvio Ferreira Coelho, 47, com um ferimento no rosto. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros para um hospital, aonde chegou morto.
Ainda no local, agentes tentaram abordar o suspeito, um policial de 41 anos que disse ser lotado no 37º batalhão, responsável pelo patrulhamento no bairro vizinho de Capão Redondo.
Segundo o boletim, ele estava exaltado e aparentemente embriagado. Com ele, os policiais encontraram uma pistola da PM e um carregador que tinha 14 munições, 13 delas de propriedade da corporação.
O suspeito desmaiou dentro da viatura, foi levado ao Hospital do Campo Limpo e até a publicação deste texto seguia internado na unidade, sob escolta da Polícia Militar. Ele não prestou depoimento.
Testemunhas afirmaram à polícia acreditar que o policial atirou após ter se irritado com Coelho. Segundo uma delas, a vítima dançava com duas mulheres próximo a um carrinho de lanches onde o policial estava.
Ela diz ter visto o suspeito segurando e guardando a arma depois do disparo. Ainda segundo o relato, o PM se aproximou do corpo de Coelho, falou algo para ele e tocou seu rosto, sujando as mãos de sangue.
"Os elementos informativos apontam que Renato Tavares Rocha, aparentemente sem qualquer provocação, teria se incomodado com o fato de indivíduo homossexual dançar próximo a ele, efetuando um disparo de fogo em seu rosto, pegando a vítima de surpresa", diz trecho do boletim de ocorrência.
O PM foi preso em flagrante por suspeita de homicídio qualificado -por motivo torpe e mediante recurso que tornou impossível a defesa.
"Pelo relatório do boletim de ocorrência, há uma pessoa feliz dançando e cantando, um policial militar de folga está ali perto comendo um sanduíche e simplesmente vai lá e atira no rosto dessa pessoa. Qual motivação vou levantar para esse caso? O rapaz não brigou com ele, não mexeu com ele, não fez nada", disse o ouvidor, professor Claudinho Silva.
O caso foi registrado pelo 89º DP (Jardim Taboão). A Corregedoria da Polícia Militar foi informada.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta