FOZ DO IGUAÇU - A Polícia Civil do Paraná investiga se o policial penal Jorge José Rocha Guaranho teve acesso a um aplicativo com imagens do clube onde acontecia a festa do militante petista Marcelo de Arruda, antes de invadir o local.
Bolsonarista, o homem invadiu a festa com temática do PT, matou a tiros Marcelo e também acabou baleado. O crime aconteceu no Clube Social Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), em Foz do Iguaçu, no sábado (9).
Segundo fontes na investigação, ele pertenceu à diretoria da associação. A ideia é saber se ele ainda tinha acesso e viu as imagens ou se alguém contou para ele.
Isso é importante para a polícia saber se houve premeditação e até se há algum outro participante indireto no caso.
A reportagem procurou, mas não localizou nenhum representante da Aresf para falar sobre o caso.
Segundo a reportagem ouviu de participantes da festa, não havia nenhuma sinalização relativa ao PT do lado de fora do clube, o que impossibilitaria que ele soubesse olhando da rua. Já as câmeras seriam visíveis, segundo eles.
Por ora, não há nenhum indício de que Marcelo e Jorge se conheciam, mas a polícia apura esse ponto também.
Segundo relatos, no dia do crime, Jorge passou de carro em frente ao salão de festas dizendo "Aqui é Bolsonaro" e "Lula ladrão", além de proferir xingamentos. Ele saiu após uma rápida discussão e disse que retornaria.
De acordo com as testemunhas, Marcelo então foi ao seu carro e pegou uma arma para se defender. Jorge de fato retornou, invadiu o salão de festas e atirou. O petista, já ferido no chão, também baleou o bolsonarista. Uma câmera de segurança registrou o crime.
A Polícia Civil do Paraná já ouviu oito pessoas para tentar descobrir a dinâmica do crime que terminou com a morte do militante petista. A previsão é que o inquérito seja concluído até a próxima terça-feira (19).
A lista de pessoas ouvidas inclui testemunhas e familiares do autor do crime, que teve a prisão preventiva decretada e está internado em estado grave. A mulher e a filha estiveram com ele pouco antes do ataque ao petista.
A polícia trabalha em duas frentes no momento. De um lado, tenta estabelecer as motivações e circunstâncias do crime. De outro, apura agressões ao atirador quando ele já estava baleado e caído - ele foi atingido a tiros por Marcelo, que, mesmo ferido, revidou ao seu ataque.
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