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Polícia encontra dentro de armário o corpo de bebê desaparecida em AL

Polícia encontra dentro de armário o corpo de bebê desaparecida em AL

O corpo do bebê foi encontrado num armário, dentro de uma sacola, e envolto por produtos de limpeza.

Publicado em 16 de abril de 2025 às 09:54


Corpo da criança foi encontrado na casa da família, entre produtos de limpeza, dentro do armário
Corpo da criança foi encontrado na casa da família, entre produtos de limpeza, dentro do armário Crédito: Reprodução/Polícia Civil

Foi encontrado, no começo da tarde desta terça-feira (15), o corpo da recém-nascida Ana Beatriz Silva de Oliveira, de 15 dias, na casa da família, no município de Novo Lino, no interior de Alagoas. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do estado. O corpo foi encontrado num armário, dentro de uma sacola, e envolto por produtos de limpeza.

O caso, que inicialmente foi tratado como um sequestro, teve uma reviravolta nesta segunda-feira (14), quando a mãe da criança, Eduarda Silva de Oliveira, 22, deu outras quatro versões diferentes sobre o sumiço da filha. Imagens da TV Ponta Verde mostraram que Eduarda estava na casa e apontou o local em que estava a bebê. Ela desmaiou em seguida e foi levada em uma ambulância.

Boa parte da população da cidade está na porta da casa, que está cercada por policiais militares para preservar o local, além das proximidades do Cisp (Centro Integrado de Segurança Pública) de Novo Lino. A ambulância que levava Eduarda foi apedrejada, mas ela não estava no veículo. As pessoas gritam por "justiça". A polícia não divulga o local em que ela está.

"Não vamos fazer juízo de valor. É uma mulher jovem, está em um estado puerperal, acabou de ser mãe, a gente não sabe como se deu a dinâmica, não sabe como essa criança veio a falecer. É muito cedo para as pessoas julgarem. Deixem que os órgãos trabalhem, que a Justiça faça seu trabalho, que as polícias façam seu trabalho. Estamos isolando o local para manter a ordem", disse o capitão Freitas, da Polícia Militar.

Já o advogado de defesa, José Wellington de Oliveira, disse que tinha esperança em encontrar a criança viva, pois sua cliente mantinha o que havia sido dito em depoimento. "Foram várias versões. Passamos duas horas, e ela mantendo a mesma versão, mas, em nome de Deus, chegou agora a verdade. Sou pai, tenho três filhos em casa."

A perícia está a caminho da residência para a análise do local e, em seguida, o corpo da bebê será recolhido para o IML (Instituto Médico-Legal) para exame de necropsia, em Maceió.

Na primeira declaração, ainda na sexta, Eduarda afirmou que a bebê havia sido levada por quatro pessoas armadas -três homens e uma mulher- enquanto ela aguardava um transporte para levar o filho mais velho, de 5 anos, à escola, em um ponto às margens da BR-101. Segundo a mãe, um dos suspeitos teria apontado uma arma e arrancado a criança de seus braços antes de fugir em um carro.

De acordo com os delegados João Marcello e Igor Diego, que coordenam a investigação pela Dracco (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), a mulher foi confrontada com depoimentos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança e acabou apresentando outras quatro versões.

A última delas foi a de que teria sido vítima de estupro durante uma invasão à sua casa, seguida do sequestro da bebê -hipótese já descartada pela polícia.

"Pegamos imagens de câmeras e ouvimos três testemunhas. Todas disseram que a mãe saiu de casa direto para a residência de uma vizinha, sem a criança, e que nenhum veículo suspeito passou em baixa velocidade pela via", afirmou o delegado João Marcello. Nenhum sinal de invasão à casa ou gritos foram registrados nas redondezas.

O pai da bebê, Jaelson da Silva Souza, 25, que estava trabalhando em São Paulo, retornou a Alagoas para acompanhar o caso. À reportagem Jaelson disse que soube do que aconteceu por um amigo e enviou à reportagem um áudio da esposa, em que ela contava o que aconteceu. Na gravação, a esposa dava a mesma versão apresentada à polícia inicialmente sobre o suposto sequestro. O desaparecimento comoveu moradores da cidade, que organizaram correntes de oração e acompanharam as buscas pela menina.

Considerando a hipótese de sequestro, a polícia chegou a prender um homem em Vitória de Santo Antão (PE), por dirigir um carro do mesmo modelo e cor descritos por Eduarda. O suspeito foi liberado após comprovar que era despachante do Detran e que seu veículo não tinha ligação com o caso.

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