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Polícia investiga ações de anestesista preso em mais de 30 partos

Polícia investiga ações de anestesista preso em mais de 30 partos

Pacientes que podem ter sido estupradas por anestesista são esperadas para prestar depoimento; delegada responsável diz que vai analisar caso a caso

Publicado em 15 de julho de 2022 às 16:38

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  • Marcela Ramos

RIO DE JANEIRO, RJ  - A Polícia Civil do Rio investiga mais de 30 possíveis casos de estupro de pacientes que foram atendidas pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra, 32, preso em flagrante no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

A delegada Bárbara Lomba, responsável pelo inquérito, informou que a Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) vai analisar caso a caso. "São mais de 30 pacientes identificadas (também) em outros hospitais e nós vamos continuar identificando. Não são relatos ainda. Nós precisamos investigar. Primeiro fazer uma triagem, saber o tipo de procedimento, o que aconteceu e aí vamos aprofundando."

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante por estupro.
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante por estupro. (Reprodução/Facebook)

A delegada voltou a rechaçar o crime cometido pelo médico.

"Toda essa ação é algo repugnante. Foi um abuso, inclusive de poder, de uma posição de que não seria suspeito e mais abominante ainda é a vítima estar totalmente indefesa, na mão de uma pessoa que é um profissional de saúde na qual se deposita uma confiança extrema."

De acordo com as investigações, Bezerra atuava há pouco tempo como anestesista. Segundo a delegada, ele estava há dois meses no Hospital da Mulher, onde ocorreu o estupro, mas segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o médico prestava serviço há seis meses como Pessoa Jurídica também em outras duas unidades —o Hospital da Mãe em Mesquita, na Baixada Fluminense, e no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte da capital.

A Delegacia já solicitou às unidades os prontuários de todas as pacientes atendidas por ele.

VÍTIMA JÁ SABE SOBRE O CRIME

Ainda segundo a delegada Bárbara Lomba, a paciente que teve o abuso gravado em vídeo já tem conhecimento do crime. Ela conversou com a vítima por telefone. "Ela está muito abalada psicologicamente, chorou no telefone comigo, mas disse que tem condições e vai prestar declarações."

A mulher e o marido dela são esperados para prestar depoimento.

ENTENDA O CASO

Giovanni Quintella Bezerra, 32 anos, foi preso em flagrante na madrugada de segunda-feira (11) pelo crime de estupro de vulnerável. Um vídeo gravado com um celular escondido na sala de cirurgia do Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti (RJ), mostra o profissional colocando o pênis na boca da paciente.

Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti.
Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti. (Reprodução/TV Globo)

O vídeo foi gravado e entregue à polícia por enfermeiras da unidade, que desconfiaram da quantidade de sedativo usado pelo anestesista em outras ocasiões e da movimentação dele próximo à paciente.

Nas imagens gravadas, a mulher aparece deitada e inconsciente durante o parto. Do lado direito do lençol usado em toda cesariana, a menos de um metro de outros profissionais, o médico aparece colocando o pênis para fora e introduzindo o órgão na boca da mulher.

A reportagem teve acesso às imagens, mas optou por não publicá-las para preservar a vítima. O pai da criança foi comunicado sobre o crime e, até a saída da polícia da unidade de saúde, a vítima ainda não havia tomado conhecimento do estupro.

Bezerra foi preso em flagrante e teve decretada a prisão preventiva. Ele está no Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Ele teve ainda o CRM suspenso pelo Cremerj —o que o impossibilita de atuar como médico.

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