O Twitter deletou dois tweets publicados pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e um do senador Flávio Bolsonaro no qual divulgavam um vídeo gravado em janeiro do médico Drauzio Varella comentando o avanço do coronavírus pelo mundo. As postagens teriam violado novas regras da rede social, que agora preveem cláusulas sobre disseminação de conteúdos enganosos sobre a covid-19.
Em nota, o Twitter informou que as novas medidas buscam "abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública orientadas por fontes oficiais e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir covid-19".
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O vídeo republicado por Flávio Bolsonaro e Ricardo Salles foi gravado em janeiro deste ano pelo Portal Dráuzio Varella, que reúne notícias e reportagens sobre temas da saúde. Em nota, o site informou que a filmagem foi feita para acalmar a população, que não tinha motivos para alterar o ritmo de vida diário à época. As gravações foram publicadas no dia 30 de janeiro - na data, a Itália, por exemplo, só tinha dois casos confirmados e o Brasil, nenhum.
"Diante do cenário atual, retiramos o material antigo do site e das nossas redes e colocamos informações atualizadas. Por prováveis interesses políticos, algumas autoridades oficiais estão usando esse conteúdo sem informar que se trata de material antigo, cujas recomendações não valem mais", informa o portal.
Após a repercussão negativa dos tweets com o vídeo antigo, o ministro Ricardo Salles publicou, dez horas depois, o vídeo mais recente de Drauzio Varella comentando o avanço da doença - agora no Brasil. Ao ser questionado pela jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Estado de S.Paulo, Salles afirmou que postou os vídeos do médico "começando pelo mais antigo até o dia 19 de março".
Somente o vídeo mais recente foi mantido pelo Twitter. Os demais constam no perfil do ministro com um informe que não estão mais disponíveis por violar as regras da rede social. A mesma mensagem aparece no lugar do tweet feito por Flávio Bolsonaro.
As novas regras da rede social podem levar à exclusão de publicações que neguem recomendações de autoridades de saúde locais ou globais, descrição de tratamentos ou medidas de proteção ineficazes, negação de fatos científicos estabelecidos, afirmações em torno da covid-19 que têm como objetivo manipular o debate, afirmações não verificada que incitam as pessoas a agir ou causam pânico generalizado, afirmações feitas por pessoas que se passam por funcionário, organização ou governo de saúde, propagação de informações falsas ou enganosas sobre procedimentos de diagnóstico e informações de que grupos específicos ou nacionalidades serão ou não mais ou menos suscetíveis ao coronavírus.
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