Conteúdo investigado: Publicação com fotos de Jair Bolsonaro (PL) e Vladimir Putin e o texto “Putin ao ser perguntado sobre o Golpe de Estado tentado pelo Bolsonaro: ‘Se fosse na Rússia seria condenado a morte, para traidores da pátria Russa não há perdão’”.
Onde foi publicado: X.
Conclusão do Comprova: É satírico post segundo o qual Vladimir Putin teria dito que, se fosse na Rússia, Bolsonaro seria condenado à morte por tentativa de golpe de Estado. O conteúdo foi publicado por uma página que se descreve como um “portal de notícias isento de verdade”.
Em buscas pelo tema nos mecanismos de pesquisa, o Comprova não encontrou nenhuma declaração pública de Putin sobre o assunto. O chefe do Kremlin também não abordou o tema em seu perfil no Instagram ou no X.
No X do presidente russo, aliás, é possível encontrar rapidamente um registro da última vez que Bolsonaro e Putin estiveram juntos, em fevereiro de 2022. Na época, o então presidente brasileiro também falou sobre o encontro em seu perfil na rede social. Os então chefes de Estado se encontraram em Moscou em um momento de elevada tensão entre Rússia e Ucrânia. Bolsonaro disse à época que o Brasil era “solidário à Rússia”.
Além de se descrever como “isento de verdade”, o perfil que publicou o conteúdo enganoso se descreve como uma página que posta memes, sátiras políticas humorísticas e notícias reescritas. Apesar disso, a publicação causou certa confusão entre os usuários do X, uma vez que parte dos leitores acreditou na afirmação.
Um usuário respondeu a publicação dizendo “pior que eu não duvido ele ter falado isso, e é inegavelmente hipocrisia”. Outro disse “esse golpista do Bolsonaro deveria tá preso já”.
Sátira, para o Comprova, é o meme, paródia ou imitação publicada com intuito de fazer humor. O Comprova verifica conteúdos satíricos quando percebe que há pessoas tomando-os por verdadeiros ou quando circulam por outros meios sem a identificação de conteúdo humorístico feita pelo autor.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 25 de novembro, a publicação alcançou 52 mil visualizações.
No dia 21 de novembro, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo a PF, o então presidente da República redigiu, ajustou e “enxugou” a chamada “minuta do golpe”, uma espécie de decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e convocar novas eleições.
O ex-presidente é acusado de ter se reunido com o comandante do Exército Brasileiro à época, general Estevam Cals Theophilo, no dia 9 de dezembro de 2022, com o objetivo de organizar o apoio militar para consumar o golpe de Estado. Bolsonaro foi indiciado junto de mais 36 pessoas, dos quais 25 são militares.
Fontes que consultamos: Buscas pelo tema nos mecanismos de pesquisa e redes sociais de Vladimir Putin e de Jair Bolsonaro.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: O Aos Fatos investigou o mesmo conteúdo e concluiu que Putin não disse que Bolsonaro deveria ser condenado à morte por suposta tentativa de golpe. O Comprova já investigou outro conteúdo envolvendo os dois políticos, e mostrou que vídeos com ataques do russo ao ex-presidente brasileiro são humorísticos.
Investigado por: Metrópoles
Texto verificado por: Folha, Agência Tatu, A Gazeta e Estadão
O Projeto Comprova é uma iniciativa colaborativa e sem fins lucrativos liderada e mantida pela Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e que reúne jornalistas de 42 veículos de comunicação brasileiros para descobrir, investigar e desmascarar conteúdos suspeitos sobre políticas públicas, eleições, saúde e mudanças climáticas que foram compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. A Gazeta faz parte dessa aliança.
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