BRASÍLIA - Em convenção realizada nesta quarta-feira (27), o PP oficializou o apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, lançada no último domingo, no Rio de Janeiro. A votação foi simbólica. O chefe do Executivo participa do ato político, realizado no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Eleito em 2018 com discurso avesso ao Centrão, Bolsonaro abraçou partidos fisiológicos como o PP para conseguir se manter no cargo. Os mais importantes fiadores do governo junto à classe política são filiados à sigla, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações). O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR), também é do PP.
Apesar de ter formalizado a coligação com o PL a nível nacional, o PP liberou seus diretórios estaduais para apoiar outros candidatos ao Palácio do Planalto. No Mato Grosso, por exemplo, o deputado Neri Geller (PP), que deve se candidatar ao Senado, fechou acordo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário de Bolsonaro na eleição.
Considerado um partido pragmático, o PP apoiou em 2018 a candidatura à Presidência de Geraldo Alckmin, então no PSDB. Nesta sexta-feira (29), Alckmin será oficializado pelo PSB como vice de Lula na corrida pelo Palácio do Planalto.
Em agosto de 2020, após Bolsonaro ter tentado governar sem fazer alianças com os partidos no Congresso, Barros assumiu a liderança do governo na Câmara. Depois, em fevereiro de 2021, Lira derrotou o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e foi eleito para a presidência da Casa com apoio do Palácio do Planalto.
Em julho do mesmo ano, Nogueira assumiu a Casa Civil, chamada por Bolsonaro de "alma do governo". Na ocasião, o presidente rebateu as críticas à sua aliança com os partidos que criticava na campanha eleitoral de 2018 e declarou: "Eu sou do Centrão."
Como parte do governo e no comando da Câmara, o PP acumulou poder nos últimos anos. E é nisso que o partido aposta para crescer, mesmo que Bolsonaro perca a disputa pela Presidência.
"Nós temos o presidente da Câmara, Arthur Lira, temos o ministério mais importante do governo federal, com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Nós crescemos muito e nos tornamos a segunda maior força política do País. E queremos manter essa performance na estratégia que montamos para a eleição", afirmou o presidente nacional em exercício da legenda, deputado Claudio Cajado (BA).
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