O PP e o Republicanos preparam um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o bloqueio dos fundos partidários determinado pelo ministro Alexandre de Moraes na quarta-feira (23), após a empreitada golpista patrocinada por Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Os três partidos fizeram parte da coligação que apoiou o presidente Jair Bolsonaro em sua campanha à reeleição.
PP e Republicanos, no entanto, alegam não ter nenhuma ligação com os movimentos de contestação das urnas e afirmam reconhecer o resultado da eleição.
Dessa forma, os partidos deixam Valdemar e a legenda de Bolsonaro isolados na ação golpista.
Na decisão de quarta-feira, Moraes condenou a coligação de Bolsonaro, formada por PL, PP e Republicanos, ao pagamento de multa no valor de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé.
O presidente do TSE determinou ainda o bloqueio dos fundos partidários das três legendas até o pagamento da penalidade imposta.
Além disso, por entender que, na iniciativa encampada pelo PL, houve "finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro", Valdemar será alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal), no inquérito das milícias digitais, e no TSE.
De acordo com políticos ouvidos pela Folha de S.Paulo, integrantes dos outros partidos da coligação tentaram fazer Valdemar desistir da ideia de questionar o resultado das urnas, citando que o presidente do PL corria risco de se tornar alvo de Moraes.
Apesar da tentativa de se distanciar da investida de Valdemar, dirigentes da coligação também criticaram a decisão do presidente do TSE. Eles afirmam que a multa imposta pode inflamar bolsonaristas e dar motivo para novas ações contra o resultado da eleição.
Os partidos ainda discutem como vão recorrer da determinação do ministro. Uma das possibilidade é levar uma representação ao TSE para que a coligação não seja considerada de maneira única na ação apresentada pelo PL.
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