A Prefeitura de São Paulo vai deixar de investir quase R$ 50 milhões com o cancelamento do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 2020, o último previsto no contrato vigente entre a promotora Iterpub e a Liberty, dona da categoria. O dinheiro é uma espécie de contrapartida do governo municipal para ter na cidade a corrida que movimenta, segundo cálculos do governo, mais de R$ 300 milhões por edição.
No ano passado, a Secretaria de Turismo municipal de São Paulo destinou R$ 38,9 milhões para a realização do GP Brasil. Foram R$ 8,3 milhões para a montagem de arquibancadas tubulares, R$ 6,7 milhões para "suporte técnico" e outros R$ 6,3 milhões em apoio operacional. Só a limpeza do autódromo custou R$ 3,5 milhões e a segurança outros R$ 2 milhões.
A prefeitura tinha previsto que as licitações para 2020 consumissem R$ 48 milhões, "frente aos valores gastos com os mesmos itens nos anos anteriores", pelo que explicou o governo municipal, em nota. Ainda não havia nenhuma licitação em andamento, diferente do que informou o prefeito Bruno Covas (PSDB) na semana passada.
"Já determinei o cancelamento da licitação que estava em andamento no valor de R$ 48 milhões para a reforma da pista. Não tem mais como segurar isso. Já determinei o cancelamento porque não vamos gastar R$ 48 milhões com o risco de não ter Fórmula 1 em São Paulo", disse o prefeito em coletiva na ocasião.
As últimas obras de reforma do autódromo, financiadas principalmente com recursos do PAC do governo federal a partir de 2013, foram entregues para o GP Brasil do ano passado. Mas, nos últimos meses, foram publicados aditivos ao contrato de reforma do paddock, o que significa que essas obras não foram oficialmente concluídas ainda.
A prefeitura planejava não mais precisar mexer em Interlagos. O governo municipal lançou no ano passado um edital para conceder o autódromo à iniciativa privada e, pelos termos desse edital, as reformas ficariam por conta do concessionário. Mas a prefeitura continuaria recebendo Interlagos de volta para o GP de F-1, honrando os custos operacionais durante esse período.
O TCM (Tribunal de Contas do Município), porém, encontrou diversas irregularidades no edital, que não foram corrigidas pela prefeitura. Na falta de um consenso, e com importantes players do mercado avisando que o valor mínimo de luvas estava alto demais, o governo Covas resolveu cancelar o edital.
À reportagem, a prefeitura disse que ainda não desistiu da ideia. "A administração vai analisar as recomendações do TCM para posterior elaboração de resposta com o objetivo que a licitação seja retomada", disse o governo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta