A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira (15) que a variante delta da Covid-19 já circula na cidade. Após identificar dois casos da doença relacionados a essa cepa, o município monitora 40 pessoas que tiveram contato com os infectados.
Tratam-se de dois homens de 27 e 30 anos, residentes dos bairros de Vila Isabel e Paquetá. Eles tiveram sintomas leves da doença e não estão mais em isolamento porque o período de transmissão do vírus já terminou.
Na última semana, a secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro já havia identificado duas pessoas infectadas pela variante delta em Seropédica e São João de Meriti, cidades da Baixada Fluminense.
O primeiro caso dessa cepa no estado foi confirmado em maio, quando um morador de Campos dos Goycatazes, no norte fluminense, testou positivo para Covid após voltar da Índia, onde a delta foi identificada primeiro.
Em entrevista à TV Globo, o secretário de Saúde da capital, Daniel Soranz, afirmou que a maior preocupação é que a variante delta possa ultrapassar a barreira da vacinação. "Hoje a predominante é a gama, de Manaus, mas a delta começa a circular na cidade", disse.
Segundo a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) nas Américas, outros 13 países do continente americano já registram a circulação da cepa delta além do Brasil. Pesquisadores apontam que essa variante tem um nível de transmissibilidade cerca de 50% maior do que linhagens anteriores do vírus.
Um estudo recente, publicado em artigo na revista científica Nature no início deste mês, mostrou que a variante delta consegue escapar parcialmente dos anticorpos de pessoas vacinadas ou já curadas da Covid-19.
A mesma pesquisa mostrou que apenas uma dose das vacinas da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca/Oxford não é suficiente para proteger contra infecção por essa linhagem. A proteção após a segunda dose, porém, ficou acima de 60% --o que reforça a necessidade de um ciclo de vacinação completo.
Nesta quarta-feira (14), a Prefeitura de São Paulo confirmou que a delta também já circula na capital paulista. A transmissão comunitária do coronavírus foi atestada após o rastreamento de ao menos 40 pessoas que tiveram contato com o primeiro paciente infectado, um homem de 45 anos morador da zona leste da cidade.
Após a confirmação, a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) começou a rastrear todas as pessoas que tinham tido contato com o paciente e colocou a família em isolamento. A mulher dele, de 43 anos, também foi infectada pela Covid. Além dos dois, o enteado de 26 anos e o filho do casal, de 9 anos, ficaram em quarentena.
Como o paciente informou que não havia viajado nem tido contato com pessoas que viajaram, a Covisa começou a trabalhar com a hipótese de transmissão comunitária da variante delta.
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