Em meio à filiação de Sergio Moro ao Podemos e do anunciado ingresso de Jair Bolsonaro no PL, o PSD de Gilberto Kassab fez nesta quarta-feira (24) um evento em Brasília com o objetivo de alavancar o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), para a corrida ao Palácio do Planalto.
Realizado em no salão de eventos do hotel Royal Tulip, um dos mais caros de Brasília, a reunião tinha como objetivo inicial anunciar a filiação de José Luiz Datena, mas o jornalista adiou a formalização devido às incertezas sobre o cenário eleitoral em São Paulo.
Em sua fala, Pacheco novamente voltou a não se comprometer diretamente com a postulação à Presidência, mas, assim como no evento de sua filiação ao PSD, no mês passado, voltou a fazer um longo discurso com tom de candidato.
Ele criticou extremos e a cultura de ódio, defendendo a democracia e voltando a fazer várias referências ao mineiro Juscelino Kubitschek (Pacheco é de Rondônia, mas foi criado e fez carreira política em Minas).
"Vivemos hoje no Brasil um clima de radicalismo, de extremismo, de uma cultura de ódio que está acabando com o Brasil e que precisamos conter", afirmou, acrescentando mais adiante, em uma clara referência a eleitores de Bolsonaro: "Revelar amor ao Brasil não é colocar uma camisa da seleção brasileira e sair na rua xingando o Supremo Tribunal Federal e o Congresso".
Sem citar nomes, o presidente do Senado disse ainda que o Brasil não precisa, neste momento, de lançamento de candidatos a presidente, mas de políticos que debatam e encontrem soluções para os inúmeros problemas imediatos.
O PSD tenta viabilizar o nome de Pacheco como candidato de uma terceira via contra a polarização eleitoral entre Lula e Bolsonaro. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, porém, de setembro, o senador aparecia com apenas 1% das intenções de voto.
Participaram do evento do PSD, comandado por Kassab, vários congressistas e prefeitos da legenda, entre eles Alexandre Kalil (Belo Horizonte), segundo quem Pacheco é o nome para liderar um projeto que acabe com a "fila do osso" no país.
Datena mandou um vídeo para ser exibido no encontro, pregando misericórdia na política, elogiando o PSD e Pacheco.
O apresentador radiou a sua filiação após as notícias de uma possível dobradinha entre Lula e Geraldo Alckmin, que, de saída do PSDB, poderia abandonar a pré-candidatura ao governo de São Paulo para ingressar no PSB e ser vice na chapa presidencial petista.
O jornalista diz aguardar os desdobramentos dessa movimentação para definir o partido e o cargo que pretende disputar em 2022.
Datena pode se lançar candidato ao governo de São Paulo pelo PSD caso Alckmin decida mesmo ser candidato a vice de Lula na campanha presidencial em 2022.
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