O PSD, considerado peça-chave na eleição para a presidência do Senado, decidiu na noite desta terça-feira (5) apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na disputa do dia 1º de fevereiro.
Pacheco é o candidato do atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que já o levou para um almoço com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e prometeu viajar pelo país para impulsionar a candidatura.
Por ser a segunda maior do Senado, com 11 parlamentares, a bancada do PSD era alvo de disputa entre o grupo de Alcolumbre e o MDB.
"A bancada do Partido Social Democrático (PSD) decidiu, por unanimidade, na noite desta terça-feira (5), em reunião virtual, concretizar o apoio à candidatura do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), à presidência do Senado Federal", informou nota da liderança da bancada após reunião virtual com os parlamentares.
"O PSD entende que o senador Rodrigo Pacheco reúne todas as condições para presidir, contribuir e garantir as tradições políticas, administrativas e legais que regem o funcionamento do Senado Federal", completa o texto.
O acordo havia sido costurado mais cedo, durante um almoço na residência do prefeito reeleito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Participaram também os dois senadores da bancada mineira do partido, Antonio Anastasia e Carlos Viana.
Em um indicativo do peso do encontro, também voaram para Belo Horizonte o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e o líder da bancada do partido no Senado, Otto Alencar (BA).
"Tivemos uma reunião muito produtiva. O apoio do PSD passaria por Minas Gerais, pelo senador Anastasia e Viana, além do prefeito Kalil, figura importante do partido. Marcamos para hoje [terça], às 20h, reunião remota com os 11 senadores. Mas o PSD hoje praticamente tem na figura do senador Rodrigo Pacheco uma liderança dentro do Senado que merece nossa sincera consideração, nosso respeito pelo que ele tem desenvolvido", afirmou Alencar, após o almoço.
"Acredito que hoje às 20h teremos unanimidade dentro da possibilidade de apoiá-lo. Como falei, ele reúne todas as condições para ter um Senado que possa contribuir para o Brasil. Fiquei muito feliz. Minas quando se reúne mostra uma força muito grande. Daqui saíram grande nomes e vejo o momento de renovação dessa força", completou.
Ao chegar à casa de Kalil, Pacheco rebateu a versão de que um dos pontos do acordo seria o compromisso de sua parte de não concorrer ao governo de Minas, em 2022.
A promessa seria uma articulação para agradar o próprio Kalil, reeleito com grande margem e, portanto, nome forte para buscar se tornar governador. O ex-governador Anastasia, que encerra seu mandato no Senado em 2022, também é cotado.
"Não há compromisso nenhum nesse sentido [desistir do governo estadual]. O compromisso é de conversar agora nesse momento que estamos trabalhando essa possibilidade de candidatura. É uma reunião importante que nós recebemos em Minas Gerais o líder do PSD no Senado, o senador Otto Alencar, da Bahia, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ambos vindo à Minas Gerais. E com a presença dos senadores de Minas Gerais que são do PSD, Carlos Viana e Antonio Anastasia", afirmou Pacheco em nota de sua assessoria de imprensa.
"Então é o PSD reunido e me convidaram para poder participar desse encontro para conversarmos sobre a sucessão. Mas há compromissos de muito trabalho pelo Senado. Esse é o intuito do PSD, do DEM e de outros partidos que estarão conosco", completou. O DEM tem cinco senadores.
O acordo entre Pacheco e PSD joga a pressão em cima do MDB, que busca retomar a presidência da Casa que comandou na maior parte da história recente. O partido possui a maior bancada, com 14 senadores, e anunciou que lançaria candidato único nas eleições.
No entanto, a previsão era que o nome da bancada só seria anunciado perto das eleições. O MDB definiu que o candidato que conseguir maior apoio fora da legenda seria o escolhido.
São pré-candidatos o líder da bancada Eduardo Braga (AM); o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE); o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO); e a atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet (MS).
Todos negociam em separado os votos para se tornarem o candidato emedebista.
Os dois líderes do governo ainda buscam formas de atrair apoio explícito do Palácio do Planalto, dada sua proximidade na articulação.
Tebet, por sua vez, mantém ofensiva rumo aos independentes. A senadora é bem vista por integrantes do movimento Muda Senado, por sua postura independente. Caso ela consiga os votos necessários e seja barrada pelos caciques do MDB, alguns senadores consideram que ela possa concorrer de maneira avulsa.
Mesmo sem definição, alguns partidos, como o PSDB, já discutem a possibilidade de apoiar o MDB por conta da regra da proporcionalidade, segundo a qual a maior bancada teria direito à presidência da Casa.
O bloco suprapartidário Muda Senado deve divulgar no próximo dia 15 o escolhido para disputar as eleições. Dentre os pré-candidatos já declarados estão Major Olímpio (PSL-SP), Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Álvaro Dias (Podemos-PR).
Na próxima segunda-feira (11), a bancada do PT também vai se reunir para definir qual candidato deve apoiar na eleição.
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