A aprovação do uso emergencial das vacinas, sacramentada pelos votos do colegiado da Anvisa, vem com uma série de condicionantes. A principal delas é um termo de compromisso que deverá ser assinado pelo Instituto Butantan, relativo à vacina Coronavac, desenvolvida em parceria com a empresa chinesa Sinovac. A questão é que o Butantan não apresentou todos os dados previstos sobre a presença de anticorpos nas pessoas vacinadas.
Idealmente, esses dados deveriam mostrar, de forma quantitativa, a presença dessas moléculas de defesa do organismo dos participantes do estudo no Brasil. Ou seja, deveria haver uma correlação clara entre a vacinação e a quantidade (ou título, como dizem os pesquisadores) de anticorpos capazes de neutralizar a ação do Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19.
Isso aconteceu no caso das fases 1 e 2 dos testes da Coronavac (realizadas com menos voluntários), nas quais foi possível fazer essa medição, mas a fase 3 dos testes, com o maior número de participantes, ainda não tem esses dados disponíveis, segundo a Anvisa. As informações repassadas por enquanto são qualitativas - ou seja, se as pessoas têm ou não os anticorpos no organismo -, mas ainda não quantitativas, estimando o nível exato de tais anticorpos. Também não está clara a mudança desses níveis ao longo do tempo dos estudos.
O Butantan deverá assinar o termo de compromisso para repassar tais informações à Anvisa e manter esse monitoramento conforme novos dados são recolhidos.
Tanto no caso da Coronavac quanto da vacina de Oxford/Fiocruz, esse tipo de monitoramento constante nos próximos meses é a principal exigência da Anvisa para confirmar que as vacinas são seguras e eficazes a médio e longo prazo.
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