O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recriou o Ministério das Comunicações e entregou a pasta ao deputado federal Fabio Faria, que é genro do dono do SBT, Silvio Santos, e integrante do PSD, partido do Centrão.
Com isso, o governo Bolsonaro passa a ter 23 ministros, oito a mais do que os 15 prometidos durante a campanha eleitoral.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, registrou no Twitter, nesta quinta-feira (11), um questionamento: "Recriado o Ministério da Propaganda. Quais serão os próximos?"
O 24º ministério pode ser criado ainda neste ano, com o desmembramento do Ministério da Justiça e a criação da pasta da Segurança Pública.
Sob a gestão de Michel Temer (MDB), eram 29 ministérios. Sete deixaram de existir: Segurança Pública, Desenvolvimento Social, Trabalho, Cultura, MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Planejamento, Esporte, Integração Nacional e Cidades.
Essas pastas foram fundidas com outras, caso de Justiça e Segurança Pública, e outras rebatizadas, como Transporte, que ganhou o nome de Infraestrutura. Foram criados ainda dois ministérios, como Cidadania (que unificou Desenvolvimento Social, Esporte, Cultura e parte do Trabalho) e Desenvolvimento Regional (Integração Nacional e Cidades).
Bolsonaro tem entregado cargos para indicados pelo Centrão, grupo de parlamentares que negocia vagas e verbas em troca de apoio ao governo em votações a Câmara. Fabio Faria é do PSD, do ex-ministro Gilberto Kassab, sigla que integra o Centrão. Mas o presidente diz que a escolha se deve, na verdade, à proximidade que Faria tem com Silvio Santos.
Assim, um parente de um dono de rede de comunicação vai comandar o Ministério das Comunicações, que define para onde vai o dinheiro público a ser gasto com propaganda.
Sergio Moro pediu demissão do governo Bolsonaro e acusou o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal, hoje sob a alçada do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Essa acusação foi a base para um inquérito aberto com autorização do Supremo Tribunal Federal para apurar o caso.
(Com informações da Agência Folhapress)
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