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Queda da população brasileira deve começar em 2027; veja quando no ES

Queda da população brasileira deve começar em 2027; veja quando no ES

Redução deve começar por Alagoas e Rio Grande do Sul; IBGE projeta que só MT não deve decrescer até 2070

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 11:46

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SÃO PAULO - Os Estados de Alagoas e Rio Grande do Sul devem ser os primeiros no país com população decrescente. A queda populacional deve começar daqui a três anos, em 2027.

A projeção é do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) utilizam pela primeira vez dados do Censo 2022, além de outras fontes, para calcular as tendências da estrutura demográfica do país, incluindo fecundidade, esperança de vida e envelhecimento populacional, para o período de 2000 a 2070.

Os alagoanos e gaúchos encabeçam uma lista de 11 Estados que devem se antecipar à média nacional e começar a perder população antes que o país como um todo atinja esse ponto — o que deve ocorrer em 2042.

Já no Espírito Santo, segundo as projeções, após atingir seu máximo (4.397.835 habitantes) em 2046, os capixabas vão diminuir a partir de 2047, chegando aos 4.101.764 habitantes em 2070.

A inflexão do crescimento, por ano, em cada Estado 
Diminuição da população começará por AL e RS, e terminará por RR e SC, ao longo de quatro décadas 

  • SC - 2064 
  • RR - 2064 
  • GO - 2056 
  • AM - 2054 
  • MS - 2053 
  • TO - 2049 
  • PA - 2048 
  • ES - 2047 
  • AP - 2046 
  • PR - 2045 
  • PB - 2045 
  • DF - 2043 
  • CE - 2043 
  • AC - 2043 
  • SE - 2042 
  • Brasil - 2042 
  • RO - 2041 
  • RN - 2039 
  • PE - 2039 
  • MG - 2039 
  • SP - 2037 
  • PI - 2037 
  • BA - 2035 
  • MA - 2034 
  • RJ - 2028 
  • RS - 2027 
  • AL - 2027 
Apenas MT não terá variação populacional negativa até 2070 
Fonte: IBGE

Ainda de acordo com o IBGE, essas projeções populacionais são importantes para o cálculo de indicadores sociodemográficos, além de alimentarem as bases de informações de ministérios e secretarias estaduais de diversas áreas para a implementação de políticas públicas e a posterior avaliação de seus respectivos programas.

Confira outros dados sobre o Espírito Santo:  

  • De 2000 a 2023, taxa de fecundidade do Espírito Santo recuou de 2,12 para 1,72 filho por mulher. 
  • Idade média em que as mulheres tinham filhos era de 25,2 anos em 2000, passou para 28,2 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070. 
  • Número de nascimentos por ano recuou de 61,1 mil em 2000 para 52,1 mil em 2022, e deve cair para 32,1 mil em 2070. 
  • De 2000 a 2023, taxa de mortalidade infantil recuou de 18,9 para 11,4 óbitos por mil nascidos vivos. Esse indicador cairá para 5,7 em 2070. 
  • Esperança de vida ao nascer subiu de 72,5 anos em 2000 para 77,0 anos em 2023, e deve chegar aos 84,0 anos em 2070. 
  • De 2000 a 2023, proporção de idosos (60 anos ou mais) na população do Espírito Santo quase duplicou, subindo de 8,2% para 16,0%. Em 2070, cerca de 36,1% dos habitantes do Estado serão idosos. 
  • A idade média da população era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,8 anos em 2023 e deve chegar aos 47,6 anos em 2070.

Os motivos para o decréscimo da população são diferentes para cada Estado. O Rio Grande do Sul tem a população mais envelhecida do país, com a maior proporção de pessoas com mais de 60 anos em relação àquelas que tem até 14. Deve, portanto, chegar mais rápido ao ponto em que as mortes vão superar o número de nascimentos.

Já Alagoas está entre os Estados com menores expectativas de vida — perde apenas para Roraima nesse quesito — e vive um contexto de baixa fecundidade e emigração para outros Estados.

"Alagoas tem a ver com a fecundidade no Nordeste como um todo", explica Marcio Minamiguchi, gerente de estimativas e projeções da população do IBGE.

Vista áerea da cidade de São Paulo
Vista áerea da cidade de São Paulo. (Agência Brasil)

"Ela já reduziu bastante, já convergiu para níveis do Sul e Sudeste, já não existe mais uma diferença nas taxas de fecundidade da maior parte dos Estados do Nordeste em relação aos Estados do Sul e Sudeste. E há ainda o efeito da emigração, que é um pouco maior no caso do Nordeste, que tem as perdas populacionais para outras regiões."

Em geral, o Sudeste e os outros Estados do Nordeste devem acompanhar Rio Grande do Sul e Alagoas nos anos seguintes. As mesmas condições se aplicam a essas regiões: elas têm populações mais velhas, em média, do que outras parte do país e taxas de fecundidade mais baixas.

Rio de Janeiro, que tem a população com o segundo maior índice de envelhecimento no país, deve viver sua inflexão no crescimento populacional em 2028. O mesmo deve ocorrer com outros sete Estados na década de 2030.

O índice de envelhecimento é calculado com base na proporção de pessoas com mais de 60 anos em relação àquelas com idades de 0 a 14. Se ele é de 50, por exemplo, isso significa que naquele Estado há 50 pessoas com mais de 60 anos para cada 100 que têm até 14 anos.

Por isso, quando o valor está acima de 100, quer dizer que o Estado tem mais idosos do que crianças. Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro hoje são os únicos Estados nessa condição.

As projeções do IBGE mostram que a distribuição da população mais velha pelo país deve mudar consideravelmente nas próximas quatro décadas e meia.

Hoje, os Estados com as maiores proporções de idosos concentram-se no Sudeste. Em 2070, esse índice será liderado por Bahia, Piauí e Distrito Federal.

Se hoje no Brasil há, em média, 77 pessoas com mais de 60 anos para cada cem de até 14, isso deve mudar drasticamente nas próximas décadas. Em 2070, nenhum Estado terá uma proporção menor do que dois idosos para cada criança. O índice de envelhecimento nacional será de 316.

"A cada ano, vamos ter menos mulheres entrando no período reprodutivo", diz Minamiguchi. "Então, vai haver menos pessoas potencialmente aptas a se tornar mães, mesmo. Com isso, você acaba potencializando a redução do nível de nascimentos."

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