O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) destinou auxílio-alimentação a Fabrício Queiroz e familiares, além de parentes do miliciano Adriano da Nóbrega, que foram empregados por ele enquanto era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Segundo informações levantadas pelo jornal O Globo, o Ministério Público do Rio (MPRJ) suspeita que parte desses ex-assessores eram funcionários fantasmas. De acordo com a publicação, no período em que estiveram lotados, Queiroz e a família e a ex-mulher e mãe de Adriano receberam, juntos, ao menos R$ 442,8 mil.
O auxílio-alimentação é depositado diretamente na conta do servidor mensalmente, sem registro ou desconto nos contracheques. Por isso, esse dinheiro não aparece, no setor de transparência da Assembleia, como parte dos salários que eles recebiam. Em 2014 e 2019, segundo O Globo, a Alerj aumentou em 91% os gastos como pagamento do benefício.
Além de Queiroz, a investigação do jornal aponta que receberam auxílio a esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, suas filhas, Nathália e Evelyn e a enteada, Evelyn Mayara. Juntos, receberam ao menos a quantia de R$ 338.172,80. Queiroz, Márcia e Nathália foram nomeados para o gabinete de Flávio em 2007.
Há meses em que o benefício de Queiroz chegou a R$ 2.740,50, valor que se somava à remuneração. Os últimos auxílios foram pagos a Evelyn e Evelyn Mayara, que só deixaram o gabinete de Flávio quando ele saiu para assumir a cadeira do Senado, segundo a publicação.
Ex-capitão do Bope, o miliciano Adriano da Nóbrega teve a ex-mulher, Danielle Mendonça, e mãe, Raimunda Veras, indicadas pelo amigo Queiroz para o gabinete de Flávio na Assembleia. Juntas, receberam algo em torno de R$ 104,7 mil em auxílio-alimentação, segundo O Globo. O valor é ainda maior, porque Danielle foi nomeada em 2007 e o levantamento da Alerj é a partir de 2011. A ex-esposa de Adriano ficou 11 anos empregada.
De acordo com informações de O Globo, o MPRJ suspeita que Danielle e Raimunda eram funcionárias fantasmas. A mãe de Adriano ficou no gabinete de maio de 2016 até novembro de 2018. No período, recebia em média R$ 1,7 mil em vale-alimentação por mês.
Adriano era acusado de comandar uma milícia e foi morto em um confronto com policiais em fevereiro deste ano, na Bahia, onde estava foragido. Ele e Queiroz trabalharam juntos no Batalhão de Jacarepaguá.
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