Como fez no primeiro ano de governo, o presidente Jair Bolsonaro repetiu o aceno ao eleitorado evangélico e promoveu nesta quarta-feira (16), um culto religioso de Ação de Graças no Palácio do Planalto. Em sua fala, o chefe do Executivo afirmou que o País chega a uma "situação de quase normalidade". Apesar da fala do presidente, o Brasil vive a retomada da alta de casos e mortes de Covid-19, que vitimou mais de 183 mil brasileiros desde o início da pandemia.
"Quem esperava? Depois de meses difíceis, chegarmos a uma situação de quase normalidade, ainda em 2020", afirmou. Presentes na plateia, o presidente cumprimentou o embaixador norte-americano, Todd Chapman, e o embaixador de Israel, Yossi Shelley. Chapman foi chamado de "amigo" por Bolsonaro, que afirmou admirar os Estados Unidos.
O líder do Planalto disse que Israel serve de "inspiração" para o Brasil. "(Israel é) um país que perto de nós nada tem, mas graças à fé, à coragem e à determinação de um povo é um pequeno grande país. Shelley obrigado por vocês existirem. Nossos cumprimentos ao povo de Israel. Em particular o meu amigo Binyamin Netanyahu, também capitão do Exército", disse.
Bolsonaro também lembrou em seu discurso o episódio da facada, em 6 de setembro de 2018, seguido de sua eleição naquele ano. "Hoje temos um presidente que acredita em Deus, respeita os seus militares e deve lealdade ao seu povo. O Brasil é uma grande nação. Graças a Deus", afirmou.
Na edição deste ano, a cerimônia reuniu além de lideranças evangélicas também com um representante católico. "Um outro quase milagre: olhem para esse prédio, quem diria um dia estarmos aqui unidos em nome da fé, onde todas as religiões presentes se comunicam, se irmanam e se respeitam,. Não existe coisa mais bela do que isso", comentou Bolsonaro.
O culto desta quarta-feira foi aberto pelo ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral, que destacou a orientação de Bolsonaro de conduzir o governo com "foco na família" e "valores cristãos". O pastor e ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, também proferiu uma oração pela família.
Além de membros do alto escalão do governo, também participaram da cerimônia parlamentares da bancada evangélica no Congresso, uma das bases de apoio do governo. A relação com o grupo foi abalada em setembro quando, seguindo orientação da equipe econômica, Bolsonaro vetou o perdão de dívidas de igrejas com a Receita.
A medida vetada previa a isenção a templos religiosos do pagamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Apesar do veto, em uma sinalização à bancada evangélica, Bolsonaro sugeriu via redes sociais que este fosse derrubado. O texto ainda não foi analisado pelo Congresso.
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