Rafael Fonteles (PT) foi eleito governador do Piauí nas eleições deste domingo (2) para os próximos quatro anos. O resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com 91,24% das urnas apuradas, às 20h58.
O petista somou 56,59% dos votos válidos, totalizando 1.003.132 votos até as 20h58. Pela primeira vez, Rafael Fonteles vai assumir o governo do estado. O vice da chapa é Themistocles Filho (MDB).
O desafio da campanha de Fonteles foi torná-lo conhecido no estado. Mesmo com a projeção nacional de ser o presidente do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos 27 Estados), por dois mandatos, Rafael era desconhecido no Piauí.
A campanha focou na rede social, o corpo a corpo na rua e o programa eleitoral na TV e Rádio. Outra missão da campanha foi atrelar Rafael a imagem do ex-presidente Lula.
Rafael Fonteles garantiu que na reta final da campanha cerca de 80% da população piauiense já tinha conhecimento que ele é o candidato do Lula.
O principal adversário político do petista foi o ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União Brasil). O grupo oposicionista teve como aliado o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, líder do Centrão. A chapa de Sílvio tem como vice a ex-mulher de Ciro Nogueira, Iracema Portela (Progressista).
Rafael Fonteles nunca disputou cargo eletivo e tem experiência na iniciativa privada. É bacharel em matemática pela UFPI (Universidade Federal do Piauí), curso concluído aos 19 anos.
É mestre em Economia Matemática pelo Impa-RJ (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), concluído aos 21 anos. Foi premiado em olimpíadas internacionais de Química (2002), Física (2002) e Matemática (2004) na Holanda, Indonésia e Macedônia, respectivamente.
Atuou como professor de matemática do Instituto Dom Barreto, escola privada na capital. Foi secretário estadual da Fazenda do Piauí de janeiro de 2015 a 31 de março de 2022, e coordenador do PRO-Piauí, o maior programa de investimentos do governo estadual, movimentando mais de R$ 4 bilhões.
A candidatura de Rafael Fonteles uniu a ala governista com apoio do PCdoB, PV, MDB, PSD, Solidariedade, PSB, Pros e Agir.
Na campanha, apontou como prioridade a geração de emprego e renda, ampliação de escolas por tempo integral, combate as facções criminosas e melhorar a qualidade do serviço público.
Já o adversário Sílvio Mendes tentou não vincular sua candidatura à do presidente Jair Bolsonaro (PL), devido o estado ser reduto petista.
Um dos entraves com os petistas foi a ação judicial que impediu o candidato do União Brasil de usar a imagem do Lula no horário eleitoral na TV e Rádio.
Sílvio Mendes teve embates com o cantor Chico Buarque que proibiu o candidato de usar a música "Apesar de você" na campanha. Durante sabatina, ele proferiu fala com teor racista contra uma jornalista gerando polêmica.
Médico, Mendes apontou como prioridade a descentralização da saúde, garantiu dobrar o efetivo da polícia militar e melhorar a educação.
Natural de Campo Maior, ele cursou medicina na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e é especializado em ortopedia e traumatologia na Universidade de São Paulo.
Mendes é membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e foi médico do Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, e do Ministério da Saúde.
Foi eleito e reeleito prefeito de Teresina (2004 a 2010) com mais de 70% dos votos. Deixou a gestão com 92% de aprovação.
É um político que representa a gestão tucana, mesmo filiado ao União Brasil. Ele foi secretário Municipal de Saúde de Teresina durante 12 anos, nas gestões de Wall Ferraz, Francisco Gerardo e Firmino Filho.
Silvio foi presidente da Associação Piauiense de Medicina e eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde por dois mandatos.
No Piauí, disputaram nove candidaturas. Dois registros foram cassados, o da Gessy Lima (PSC) e Lourdes Melo (PCO) e houve a desistência da candidatura do coronel Diego Melo (PL). Foram mantidas as candidaturas de Geraldo Carvalho (PSTU), Gustavo Henrique (Patriota), Ravenna Castro (PMN) e Madalena Nunes (PSOL).
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