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Regina Duarte escolhe 'número 2' da Cultura antes de confirmar convite

Regina Duarte escolhe "número 2" da Cultura antes de confirmar convite

Reverenda Jane Silva, atual secretária de Diversidade Cultural da pasta, ocupará o cargo de secretária-adjunta da Cultura "até que haja uma definição sobre a nomeação de Regina Duarte"

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 18:03

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Presidente da República Jair Bolsonaro durante encontro com Regina Duarte . (Carolina Antunes)

Mesmo sem ter confirmado a sua entrada no governo Jair Bolsonaro, a atriz Regina Duarte escolheu nesta quinta-feira, 23, como "número 2" da Secretaria Especial de Cultura a reverenda Jane Silva, atual secretária de Diversidade Cultural da pasta.

Jane ocupará o cargo de secretária-adjunta da Cultura "até que haja uma definição sobre a nomeação de Regina Duarte". A informação foi confirmada nesta quinta, 23, pela Secretaria Especial de Cultura. Segundo a pasta, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), participou da escolha.

Como adjunta, a reverenda atuará automaticamente como chefe interina da Cultura, já que o cargo de secretário da pasta está vago desde a última sexta-feira, 17, quando o dramaturgo Roberto Alvim foi demitido por parafrasear discurso do nazista Joseph Goebbels.

NÚCLEO OLAVISTA

O cineasta Josias Teófilo disse na quarta-feira, 22, ao jornal O Estado de S. Paulo ter sido sondado ao cargo de secretário-adjunto da Cultura. "Não tem nada certo ainda. Regina está sendo consultada, vai responder ainda", afirmou. Ele ficou conhecido pelo seu primeiro filme, O Jardim das Aflições, sobre o guru bolsonarista Olavo de Carvalho, do qual Josias tornou-se amigo pessoal.

A vaga de "número 2" da Cultura ficou em aberto neta quarta (22), quando José Paulo Soares Martins foi exonerado do cargo de secretário-adjunto. Para a reportagem, ele disse que não sabe o motivo de sua saída. A exoneração foi publicada hoje.

No último dia 14, um e-mail sobre "objetivos" para 2020, enviado "em nome" do ex-secretário-adjunto a chefes da Secretaria de Cultura e a órgãos vinculados, como a Agência Nacional de Cinema (Ancine), endossava o discurso de "guerra cultura" defendido por Alvim.

A mensagem, divulgada pelo The Intercept, a qual o jornal O Estado de S. Paulo também teve acesso, afirma que a cultura no Brasil deveria ser norteada em "princípios e valores da nossa civilização" e "profunda ligação com Deus". O mesmo texto cita ainda "luta contra o que degenera".

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O texto causou constrangimento dentro do governo e foi considerado "fora do tom" por gestores da cultura ouvidos pela reportagem. Martins afirmou à reportagem "que apenas reproduzia as orientações do então secretário da Cultura (Alvim)".

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