Com a alta recente na taxa de ocupação de leitos para pacientes com a covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro anunciou a abertura de mais leitos clínicos e de terapia intensiva, e determinou que todos os leitos destinados ao tratamento da covid-19, que estejam livres, devem estar prontos para serem utilizados. Mais 83 leitos devem ser disponibilizados em cinco hospitais da rede estadual.
Os hospitais de campanha, administrados pelo estado, tiveram sua reativação descartada pela secretaria. Segundo a secretaria, as unidades temporárias já foram desmobilizadas, e o material usado nos hospitais foi removido para a Central de Armazenamento de Materiais relacionados à covid-19. Entre os itens, há medicamentos e mobiliários, incluindo 120 respiradores.
A previsão da secretaria é que esses materiais sejam distribuídos para outras unidades de saúde, conforme planejamento que será feito com a Fundação Estadual de Saúde e a Subsecretaria de Regulação e Unidades Próprias da Secretaria de Estado de Saúde. O cronograma dessa distribuição será apresentado na próxima semana, segundo a SES.
Dos 83 leitos disponibilizados para unidades estaduais, 42 são no Hospital Municipal São José, em Duque de Caxias; 25 no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE); 12 no Instituto Nacional de Infectologia (INI); três no Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC); um no Hospital Estadual Anchieta (HEAN).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio de Janeiro aumentou de 251 para 271 o número de leitos de UTI para pacientes com a covid-19. Ontem (18), 250 pacientes graves estavam internados. Ao todo, há 901 leitos municipais para a covid-19, nos quais há 552 pessoas internadas.
Há ainda 34 pessoas com a covid-19 em processo de transferência para UTIs públicas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A secretaria disse que não há fila de espera e que "o número de leitos especializados na rede é maior do que a demanda por internações para tratamento da doença".
Se consideradas as redes estadual, municipal e federal, há 903 pessoas em leitos para a covid-19 na capital, sendo 421 em UTIs. Esses números indicam que a ocupação dos leitos de UTI para covid-19 no SUS chegou a 81% na capital. Quando levados em conta apenas os leitos municipais, a ocupação é de 92%.
No início do mês, havia 729 pessoas internadas com a covid-19 em unidades do SUS na capital fluminense, sendo 378 em UTIs. Desse último grupo, 208 estavam em leitos municipais.
Outro indicador em alta no estado é a média móvel de mortes por covid-19 nos últimos sete dias, que passou de 100 óbitos por dia ontem (18), pela primeira vez desde 21 de setembro, segundo painel de monitoramento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A média móvel de mortes é um indicador considerado importante por pesquisadores para avaliar a tendência da pandemia com menor interferência das oscilações diárias. O cálculo consiste em somar as mortes registradas nas últimas 24 horas com as dos seis dias anteriores e dividir o resultado por sete.
A média móvel iniciou novembro em queda e chegou a 30,14 mortes por dia em 11 de novembro. Desde então, houve uma alta acentuada, chegando ontem (18) a uma média móvel de 104 mortes.
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