A noite de sexta-feira (17) e madrugada deste sábado (18) foram marcadas por mais violência no Rio Grande do Norte. Durante essa madrugada, na zona norte de Natal, criminosos com armas em punho expulsaram moradores e incendiaram três casas no bairro Igapó. Nos últimos cinco dias, o estado tem registrado uma série de ataques violentos.
Na ação criminosa em Igapó, quatro homens encapuzados vestidos com coletes à prova de balas chegaram à Travessa Marcílio Dias por volta de 0h30 e expulsaram nove moradores das três casas, todos da mesma família. Uma idosa de 77 anos foi tirada da cama com uma arma apontada para a cabeça.
Também na noite de sexta, um policial penal foi morto em mais um atentado em São Gonçalo do Amarante. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, o policial Carlos Eduardo Nazário, de 54 anos, estava de folga quando foi abordado por dois homens em uma moto. Ele foi atingido com três tiros no braço, na perna e no tórax, enquanto estava em um comércio do bairro.
O agente foi socorrido para o Hospital Santa Catarina, mas morreu na sala de cirurgia. Policiais militares fizeram operações na região do Jardim Lola, onde ocorreu o crime, mas não localizaram os autores do crime.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, até as 6h deste sábado, 104 pessoas foram presas. No total, foram apreendidos, desde a última terça-feira (14), 29 armas de fogo, 87 artefatos explosivos e 23 galões de gasolina, além de 11 motos e dois carros, dinheiro, drogas, munições. Entre os presos estão foragidos da Justiça e pessoas que usam tornozeleira eletrônica em situações ilícitas.
Na manhã de sexta, uma força-tarefa que envolveu as polícias Federal, Civil e Militar e outros órgãos de segurança cumpriu 54 mandados de busca e prisão contra integrantes de uma facção criminosa apontada como responsável pela onda de violência no Rio Grande do Norte. Cerca de 40 cidades do Estado já registram ataques desde a madrugada de terça (14).
Batizada de Normandia, a operação mirou 22 pessoas e cumpriu 30 mandados de prisão preventiva e 24 de busca. Segundo as investigações, a organização movimenta cerca de R$ 150 mil por mês com tráfico de drogas e assaltos.
Em razão da falta de segurança, várias cidades mantêm serviços públicos suspensos, como transporte coletivo, aulas, atendimento de saúde e atividades esportivas.
Também nesta quinta foi instalado no estado o GGC (Gabinete de Gestão de Crise). O grupo foi criado pela governadora Fátima Bezerra (PT) durante reunião com representantes dos poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público Estadual e Federal, além de entidades da sociedade civil.
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