A declaração nesta quarta-feira (7) do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), sobre militares que integram o Ministério da Saúde e são investigados ou já citados na comissão, motivou manifestação de repúdio das Forças Armadas.
Ao ouvir que o ex-diretor de logística do ministério Roberto Dias -que é acusado de cobrar propina de US$ 1 por dose de vacina- é ex-sargento da Aeronáutica, Aziz disse que "os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia".
"Fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo", disse o senador durante a reunião do colegiado.
Em nota, compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, o ministro da Defesa, o general Walter Braga Netto, e os comandantes das Forças dizem que a declaração atingiu a instituição "de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável".
Após a reação da Defesa, Aziz disse que sua fala não generalizou o comportamento dos militares e afirmou que eles não podem intimidar o Congresso. Ele classificou a resposta da Defesa de "desproporcional".
Entre os citados pelo senador, estão o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e o seu ex-secretário-executivo na pasta, coronel Élcio Franco, ambos investigados pela comissão. Saiba quais militares estão no alvo da CPI:
General da ativa, no topo da carreira de intendente (responsável pela logística militar) com três estrelas, o ex-ministro da Saúde também é um dos principais investigados da CPI da Covid por ter comandado a pasta durante o agravamento da pandemia no país. Antes de assumir o cargo, Pazuello comandava a 12ª Região Militar, no Norte do país, responsável pela Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima).
Coronel da reserva, ocupou o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde durante a gestão de Pazuello, de quem era braço direito. Também é investigado pela CPI da Covid pelo atraso na aquisição de vacinas. Foi ele que conduziu a negociação da vacina Covaxin, suspensa após suspeitas de irregularidades. Após deixar a pasta, foi nomeado como assessor especial da Casa Civil.
Coronel da reserva, Marcelo Blanco da Costa foi diretor substituto de Logística do Ministério da Saúde. Ele foi citado pelo vendedor da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominghetti Pereira, como o responsável por intermediar e participar de um jantar com o então diretor de Logística da pasta, Roberto Dias, a quem acusa de cobrar propina pela aquisição de doses da vacina AstraZeneca.
Coronel, Marcelo Bento Pires foi diretor de Programa do Ministério da Saúde. Foi apontado pelo servidor da pasta Luis Ricardo Miranda como um dos autores da pressão para agilizar a liberação de documentos para a importação da vacina Covaxin, cujo contrato foi suspenso e é investigado.
Tenente-coronel da ativa, foi coordenador-geral de Logística de Insumos Estratégicos para Saúde, indicado por Pazuello. Foi apontado pelo servidor da pasta Luis Ricardo Miranda como um dos autores da pressão para importação da Covaxin, apesar da falta de documentos junto à Anvisa.
Ex-sargento da Aeronáutica, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde foi acusado pelo vendedor da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominghetti Pereira, de cobrar propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca, informação revelada pela Folha de S.Paulo.
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