Integrante do Centrão, deputado federal por seis legislaturas e ex-ministro da Saúde de Michel Temer (MDB), o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), assume com a expectativa do Palácio de Planalto de que ele seja a solução para resolver os problemas de Jair Bolsonaro (sem partido) na articulação política. Ele substituirá o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).
A indicação de Barros como novo líder do governo na Câmara foi patrocinada pelo líder do Progressistas, Arthur Lira (AL), e negociada para atender a nova base de apoio do presidente Bolsonaro ao Congresso.
O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, crítico de Vitor Hugo, foi um entusiasta da mudança e trabalhou para convencer Bolsonaro de que a substituição era necessária.
Ainda em maio, a experiência de Barros, eleito deputado federal pela primeira vez em 1995, foi apresentada a Bolsonaro como uma solução para mitigar os problemas de relacionamento com os parlamentares na Câmara. Apesar da entrega de cargos para partidos do Centrão, o governo segue tendo dificuldade de garantir votos para aprovar pautas.
Ricardo Barros é formado em engenharia civil e tem a política como herança familiar. Ele é filho do ex-prefeito de Maringá e deputado Silvio Magalhães Barros (1927-1979). O novo líder é casado com Cida Borghetti (PP), governadora do Paraná entre abril e dezembro de 2018. Eleita vice na chapa do ex-governador Beto Richa (PSDB), ela assumiu o comando do estado quando o titular renunciou para se candidatar ao Senado e foi derrotado.
No ano passado, Barros foi denunciado pela Procuradoria da República no Distrito Federal em ação por improbidade administrativa relacionada ao período em que foi ministro de Temer. O Ministério Público aponta irregularidades na compra de medicamentos destinados ao tratamento de doenças raras pela pasta. Em nota divulgada na época, Barros negou qualquer contratação irregular.
Também em 2019 o deputado do Progressistas foi relator da chamada Lei de Abuso de Autoridade, que prevê punições a agentes públicos em uma série de situações e foi considerada uma reação da classe política às operações recentes contra corrupção, como a Lava Jato.
No Twitter, Barros agradeceu ao presidente por ser confirmado como líder. "Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro pela confiança do convite para assumir a liderança do governo na Câmara dos Deputados com a responsabilidade de continuar o bom trabalho do Líder Vitor Hugo, de quem certamente terei colaboração. Deus me ilumine nesta missão", escreveu.
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