O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta terça-feira (8) que o Brasil pode antecipar meta prevista no Acordo de Paris de neutralidade na emissão de gases causadores do efeito estufa.
Em pronunciamento no Palácio do Planalto, ele disse que o prazo atual é atingi-la até 2060, mas que a meta pode ser alcançada antes, caso nações desenvolvidas cumpram o compromisso de repassar pelo menos US$ 10 bilhões anuais ao Brasil.
O repasse de recursos é previsto no Acordo de Paris. O documento prevê mecanismo para que países ricos invistam em políticas de desenvolvimento sustentável de nações em desenvolvimento como forma de mitigar emissões de gases de efeito estufa.
Salles discursou à imprensa após reunião para aprovar a contribuição nacional determinada, um documento que tem de ser aprovado de cinco em cinco anos com as novas metas dos países signatários do Acordo de Paris. "Em havendo o recebimento desse fluxo de recursos financeiros, nós consideraremos a hipótese de tornar o nosso compromisso de neutralidade em prazo inferior. Portanto, mais uma vez o Brasil está demonstrando o seu compromisso com a questão climática", disse.
O mecanismo é previsto como uma forma de ajudar países que têm trabalhado para reduzir a emissão de gases nocivos ao meio ambiente.
Em 2019, o Brasil paralisou o Fundo Amazônia, maior projeto de cooperação internacional para preservar a floresta amazônica. A colaboração, que em dez anos doou à causa R$ 3,1 bilhões, vindos da Alemanha e da Noruega, foi congelada após Salles dizer que teria encontrado problemas em ONGs que recebiam recursos do fundo, gerido pelo BNDES.
Neste ano, o Brasil enfrentou crescimento no desmatamento tanto na Amazônia como no Pantanal.
O desmatamento na Amazônia cresceu cerca de 9,5% de agosto de 2019 a julho de 2020 em comparação com o período anterior, de 2018 a 2019. No total, foram derrubados 11.088 km² de floresta nesse intervalo de tempo apesar da presença do Exército na floresta, sob a Operação Verde Brasil 2.
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