O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se reuniu nesta quarta-feira (7) em Santarém (PA) com empresários alvos da maior apreensão de madeira da história no país. Ali, ele se comprometeu em apoiar a liberação da madeira após revisão dos documentos. A operação, realizada em dezembro, foi comandada pelo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva
No encontro, realizado no hotel Açaí, Salles teria revisado os planos de manejo de onde a madeira apreendida havia sido retirada e se comprometido a liberar em até uma semana, desde que a documentação estivesse correta. Os madeireiros têm afirmado que a extração foi feita de forma legal, posição corroborada pela Secretaria do Meio Ambiente do Pará, órgão responsável pelas concessões.
É a segunda visita do ministro em menos de uma semana à região da apreensão, no rio Arapiuns. Na última quarta-feira (31), ele foi ao local da operação da PF. Ali, Salles verificou o ponto de origem de duas árvores apreendidas, em um gesto de apoio aos madeireiros.
A visita do ministro foi considerada uma intervenção pelo delegado Saraiva. Em entrevista à Folha publicada na segunda (5), ele acusou Salles de trabalhar contra o meio ambiente. "É o mesmo que um ministro do Trabalho se manifestar contrariamente a uma operação contra o trabalho escravo."
Batizada de Handroanthus GLO, a operação apreendeu mais de 204 mil metros cúbicos de madeira, volume suficiente para carregar 13.600 caminhões.
Assim como Salles, Saraiva é próximo do governo Bolsonaro. Ele já participou de uma live do presidente, no ano passado, e foi cotado para assumir a superintendência do Rio de Janeiro, um cargo considerado estratégico pelo Planalto.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta