A cidade de São Paulo registrou 18 km de congestionamento (fluxo parado de veículos) às 8h30 desta quinta-feira (30), o maior volume desde o dia 24 de março, que marcou o início da quarentena no estado.
Além do congestionamento, a tendência tem sido de crescimento da lentidão no trânsito desde a semana passada. As duas métricas sinalizam aumento do volume de veículos nas ruas e pode indicar que o paulistano está flexibilizando o isolamento, segundo a Secretária de Mobilidade e Transportes da cidade.
"Parte da sociedade resolveu sair de casa e não entende que agora estamos num aumento da curva [de casos confirmados da Covid-19], e que é agora que as pessoas devem ficar em casa", afirma o secretário de transportes Edson Caram.
Caram diz que a prefeitura fará em média quatro bloqueios educativos por dia pela cidade. Hoje foi o primeiro dia com quatro intervenções, que ocorreram, a partir das 7h, nas avenidas Sapopemba, São Miguel e Mateo Bei, na zona leste, e na estrada do M'Boi Mirim, na zona sul.
As vias são parcialmente bloqueadas e profissionais de saúde distribuem material informativo sobre o novo coronavírus para os motoristas. Segundo nota da prefeitura, "o objetivo é reforçar o alerta sobre a necessidade de isolamento social". A medida tem caráter preventivo.
Os bloqueios contribuem para o aumento da lentidão registrada, mas, de acordo com Caram, os congestionamentos nos locais das intervenções não ocorreriam se não houvesse fluxo intenso de veículos.
Segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), no entanto, o volume ainda é muito abaixo do observado em comparação à semana anterior ao decreto que instituiu a quarentena no estado de São Paulo.
A medida passou a valer no dia 24 de março e continua até o dia 10 de maio, mas o prefeito Bruno Covas (PSDB) já indicou que não haverá relaxamento da quarentena a partir dessa data. O apoio à quarentena, no entanto, caiu, segundo pesquisa Datafolha.
Na segunda (27), a capital paulista atingiu 21 km de lentidão, às 8 horas, o maior pico no período da manhã desde o início da quarentena. Às 18h30, foi registrado 22 km.
A lentidão não é medida da mesma forma que o congestionamento. A primeira capta mudanças de trajeto a partir de atrasos em rotas no aplicativo Waze, em parceria com a prefeitura. O congestionamento é medido por monitoramento de vias feito pela CET.
Na quarta (22), dia seguinte ao feriado de Tiradentes e até então a manhã com maior trânsito desde o começo da quarentena, a cidade tinha 19 km de lentidão. No fim da tarde, registrou 27 km, volume que só foi menor que a véspera da Sexta-Feira Santa.
Segundo a CET, porém, o movimento no dia antes da sexta de Páscoa estava concentrado em vias próximas a hipermercados e acessos a rodovias.
Os dados de lentidão indicam que nas duas primeiras semanas de quarentena o paulistano aderiu ao isolamento. Segundo a autoridade de tráfego municipal, nesse primeiro momento os pontos de congestionamento eram consequência de acidentes e interdições pontuais.
A tendência de crescimento recente, por outro lado, tem características mais próximas ao tráfego anterior às medidas restritivas devido à pandemia. Lentidão e congestionamento estão acontecendo de forma diluída pela cidade, especialmente nas vias que costumam receber grande quantidade de veículos, como a av. Radial Leste, av. do Estado, av. Rebouças e a estrada de Itapecerica, entre outras.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta