O Ministério da Saúde não vai recomendar a quarta dose da vacina contra a Covid-19 para a população em geral. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (11) em reunião da Ctai (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19).
Segundo pessoas que acompanharam as discussões, a definição se deu após a análise de novos dados sobre o cenário epidemiológico no Brasil. O entendimento é que ainda não há dados científicos que comprovem a necessidade de uma quarta dose.
A nota informativa ainda será publicada. Novas discussões devem ocorrer na próxima semana.
Na nota divulgada na semana passada, a Saúde afirmou que ainda era preciso compreender a situação do país para decidir sobre ampliar o uso da quarta dose.
"Antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do PNO [Plano Nacional de Operacionalizações], se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação (vacinados x não vacinados)", diz a nota técnica.
O governador João Doria (PSDB) disse na quarta (9) que São Paulo irá adotar a nova dose contra o coronavírus mesmo sem aval da Saúde. Ele afirmou que este reforço está em estudo, mas não informou data para dar início ao calendário de vacinação.
Os estados e municípios não são obrigados a seguirem as recomendações do governo federal e podem elaborar regras próprias para o combate à pandemia, como reforçou o STF (Supremo Tribunal Federal) em decisão de 2020.
Nesta semana, o Ministério da Saúde recomendou a aplicação de quarta dose da vacina da Covid-19 em pessoas imunocomprometidas acima de 12 anos. Antes a indicação era de reforçar a imunização apenas de adultos deste grupo.
Estão entre as pessoas com imunossupressão, por exemplo, quem está passando por quimioterapia contra o câncer, fez algum tipo de transplante de órgão ou de células tronco, vive com HIV/Aids ou faz hemodiálise.
O reforço para o público adolescente deve ser feito com a vacina da Pfizer, afirma a Saúde.
Em nota, o ministério orientou que o esquema primário de vacinação desse grupo deve ser feito com três doses primeira, segunda e a dose adicional com intervalo de oito semanas entre elas. A quarta dose deve ser feita quatro meses depois.
"Após a conclusão desse esquema, é recomendada ainda uma dose de reforço quatro meses após a terceira dose (ou dose adicional). Essa orientação já vale para a população adulta, com mais de 18 anos, com alto grau de imunossupressão", disse a Saúde.
Desde dezembro de 2021 o ministério recomenda a quarta dose aos adultos imunocomprometidos. A manifestação da pasta não tem poder de determinar as ações de estados e municípios.
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