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Secretário de Saúde do PR pede que empresas doem cilindros de oxigênio

Secretário de Saúde do PR pede que empresas doem cilindros de oxigênio

Segundo Beto Preto, para atender a alta de internações, são necessários mil equipamentos para abastecer principalmente hospitais de pequeno porte e prontos-socorros

Publicado em 22 de março de 2021 às 20:06- Atualizado há 4 anos

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Trabalhador chega com cilindro de oxigênio ao hospital Getúlio Vargas, em meio a surto de doença coronavírus (COVID-19) em Manaus, Brasil, 14 de janeiro de 2021. REUTERS / Bruno Kelly ORG XMIT: GGGRJO01
Trabalhador chega com cilindro de oxigênio ao hospital Getúlio Vargas, em meio a surto de doença coronavírus. (REUTERS/Bruno Kelly/Folhapress)

O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, pediu nesta segunda-feira (22) que empresas e indústrias do estado que utilizam cilindros de oxigênio doem equipamentos para serem utilizados por unidades de saúde que tratam pacientes com a Covid-19.

O Paraná recebeu neste domingo (21) uma carga de 200 cilindros cedidos pelo governo do Amazonas -20 deles já foram direcionados para o município de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Os demais serão distribuídos conforme a demanda.

Segundo Preto, para atender a alta de internações, são necessários mil equipamentos para abastecer principalmente hospitais de pequeno porte e prontos-socorros municipais.

"Vamos continuar contando com doações, estamos tentando comprar alguns cilindros, mas, peço às empresas e à indústria paranaense que porventura utilizem cilindros que possam colocar alguns à nossa disposição, que depois de preparados podem receber o oxigênio medicinal, e também nos ajudar nesse momento", disse.

Ainda de acordo com o secretário, não há registro de desabastecimento de oxigênio no Paraná, mas unidades de saúde precisam dos cilindros para armazenar o gás.

Uma enfermeira do Pronto-Atendimento de Fazenda Rio Grande, na grande Curitiba, relatou que a unidade tem enfrentado dificuldades diante da alta na demanda.

Ela contou que, no início do mês, ao acionar ao mesmo tempo todos os seis ventiladores disponíveis no local, a rede não suportou a vazão, fazendo com que um doente, de 36 anos, ficasse com menos oxigênio do que o necessário. "Eu tinha testado o equipamento antes, não tinha como prever. Ele morreu segurando a minha mão", disse, chorando.

Segundo a enfermeira, antes do atual pico da pandemia, os cilindros de ar tinham que ser trocados quatro vezes por dia. Agora, são necessárias 16 reposições em 24 horas. "A UPA tem dez anos, então a rede montada não consegue suportar o volume de oxigênio utilizado".

No município vizinho de Almirante Tamandaré, dez empresários do ramo industrial se uniram para doar 46 cilindros do gás para a prefeitura. Os equipamentos já estão sendo utilizados por pacientes com Covid-19 na Unidade de Pronto-Atendimento e nas ambulâncias da cidade.

Outras prefeituras do estado estão correndo contra o tempo para atender a demanda crescente. Em Maringá, na região norte, apenas um hospital e uma UPA consumiram em fevereiro 120 mil m³ de oxigênio, podendo chegar a 150 mil m³ até o final de março. O número é seis vezes maior do que a média registrada antes da pandemia.

Nesse ritmo, a prefeitura afirmou que tem oxigênio suficiente para dois meses, mas que já negocia com indústrias para montar uma usina para atender as duas instituições e o SAMU. Um novo tanque de oxigênio também deve ser instalado nas unidades de saúde da cidade.

No início de março, cervejarias da região sudoeste do estado chegaram a paralisar as operações para emprestar cilindros para a rede municipal de Clevelândia. O hospital da cidade tinha 14 equipamentos e recebeu outros 46 das empresas, chegando a 60 unidades, o suficiente para montar uma reserva de emergência, segundo a instituição.

O Paraná também já registra escassez de medicamentos para intubação de pacientes com a Covid-19. Na quinta-feira (18), o governo conseguiu no Ministério da Saúde uma nova remessa de cerca de 76 mil unidades do "kit intubação" para 51 hospitais do estado.

Segundo o diretor-geral da secretaria estadual de Saúde, Nestor Werner Junior, o estoque e o consumo desses medicamentos no sistema vêm sendo monitorados diariamente para avaliar as possibilidades de remanejamento entre hospitais e agilizar a estratégia de reposição.

A falta de leitos é outro problema. Nesta segunda, 988 pessoas aguardavam na fila por leitos - 568 por UTIs e 420 por enfermaria. A taxa de ocupação de UTIs está em torno de 95%.

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