Surpresa na eleição paulistana de 2020, o deputado estadual Arthur do Val (Patriota), conhecido como Mamãe Falei, confirmou que irá disputar a eleição para o governo paulista no ano que vem.
O anúncio oficial será feito neste sábado (20) no Congresso do MBL (Movimento Brasil Livre), grupo que ele integra. No entanto, em painel do evento nesta sexta-feira (19), ele já respondeu perguntas de militantes sobre o que faria no comando do Palácio dos Bandeirantes. "Não faz a menor lógica desistir de uma candidatura que tenho total certeza do meu propósito", disse o parlamentar.
Ao confirmar a pré-candidatura, Do Val disse que tudo indica que ele disputará a eleição pelo Patriota, seu atual partido, mas há negociações com o União Brasil, que será criado após a fusão entre PSL e Democratas. O objetivo do MBL é que todos estejam no mesmo partido.
O Patriota seria o mais provável para continuar abrigando-o em razão de o partido ter permitido que o deputado tentasse a Prefeitura de São Paulo no ano passado. Ele terminou o pleito em quinto lugar, com quase 10% dos votos, resultado além das expectativas. "Ela mostrou que tenho viabilidade eleitoral."
Houve conversas com o União Brasil envolvendo o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que está de saída do PSDB e deve disputar o governo paulista o próprio Alckmin ainda não definiu seu destino.
A proposta seria para tirar Do Val da disputa do ano que vem, mas, em contrapartida, dar o apoio ao MBL na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024. As conversas não estão avançando, ainda mais após as especulações envolvendo Alckmin e o PT. Também houve um diálogo com o Podemos, mas com possibilidade mais remota de haver acerto.
Do Val quer se colocar como opção contra candidaturas que são próximas do PSDB, como o ex-governador Márcio França (PSB), o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), e o próprio Alckmin, que comandou o estado por quatro mandatos.
Por isso, segundo ele, faria mais lógica para o MBL tentar a candidatura majoritária. "Se arriscar a fazer uma coisa que é passo além, que é pleitear o Executivo", disse. "Acho que é um passo inevitável senão a gente vai continuar sendo sommelier do projeto dos outros."
De acordo com o deputado, sua campanha será mais focada em atrair eleitores na região da capital paulista. A eleição para a prefeitura também teria apresentado o parlamentar para grupos de empresários que costumam apoiar outros candidatos, segundo Do Val. "Depois da eleição, muitos desses grupos vieram me procurar", disse, relatando a comparação com oponentes.
Ter a candidatura de Do Val também é importante, segundo membros do MBL, para criar uma bancada do grupo. "É importante ter a candidatura dele não só pela candidatura em si, mas também para puxar voto de legenda, ajudar a eleger deputados estaduais, federais", disse o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). "A visibilidade de você ter alguém no debate, nas entrevistas, é maior."
Um dos objetivos do MBL é crescer no Legislativo. Na Câmara, possui apenas Kataguiri, que projeta que o grupo poderá chegar a quatro ou cinco deputados. O deputado, no painel, inclusive, chegou a convocar membros do movimento para disputar uma cadeira na Câmara, como o vereador paulistano Rubinho Nunes (PSL), que ainda não se decidiu sobre participar do próximo pleito.
Membros do MBL chegaram a incentivar Sergio Moro (Podemos) a voltar para a política, mas ainda não há certeza de um apoio formal do movimento à candidatura do ex-juiz e ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). O grupo, porém, entende que Moro está simpático à pré-candidatura de Do Val, que criaria um palanque paulista para o ex-ministro.
"Mas claro que isso vai depender também da conversa dele com o próprio partido", disse Kataguiri, que já indica que o MBL irá esperar reciprocidade caso as partes se entendam. "Qualquer candidato que a gente vá apoiar na terceira via, fundamental que ele apoie também o Arthur aqui em São Paulo."
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