Após atraso na apuração do primeiro turno das eleições municipais deste ano, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou neste sábado (28) que os resultados expressam com fidelidade a vontade do povo.
Em pronunciamento veiculado em emissoras de rádio e televisão na véspera do segundo turno, Barroso disse que o primeiro turno teve um nível de abstenção "relativamente baixo" para eleições realizadas em uma pandemia.
O pleito do dia 15 de novembro teve 23,14% de abstenções, o maior índice para eleições municipais dos últimos 20 anos. Os níveis mais altos de ausência entre as capitais ficaram com Porto Alegre e Rio de Janeiro, com cerca de 33% de abstenções.
No primeiro turno, pela primeira vez desde o início das votações com urnas eletrônicas no país, houve atraso na divulgação dos resultados.
No pronunciamento deste sábado, o presidente do TSE não mencionou as dificuldades enfrentadas pela Justiça Eleitoral.
"Na própria noite da data das eleições, os resultados foram divulgados, expressando com fidelidade a vontade do povo brasileiro", disse.
Durante a apuração do primeiro turno, Barroso chegou a dizer que o motivo havia sido um problema técnico no sistema de totalização dos votos, sem relação com um ataque hacker sofrido pelo tribunal.
Neste sábado, a Polícia Federal deflagrou uma operação internacional contra o grupo suspeito de ter promovido o ataque aos sistemas do tribunal. O líder da organização foi preso em Portugal.
No dia seguinte ao primeiro turno, o presidente da corte eleitoral mudou a versão oficial e disse que a demora na entrega de equipamentos por parte da empresa Oracle, em razão da pandemia, impediu a realização de testes prévios no sistema.
As falhas na divulgação alimentaram uma rede de boatos e notícias falsas nas redes sociais, que colocam em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. O tribunal afirma que os votos não foram comprometidos.
Após o primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a questionar o sistema eleitoral do país e levantou dúvidas sobre o resultado das urnas.
"Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido. Não deixar margem para suposições. Agora [temos] um sistema que desconheço no mundo onde ele seja utilizado. Só isso e mais nada", disse na ocasião.
Na declaração deste sábado, Barroso afirmou que o plano de segurança sanitária do tribunal foi observado. Para o segundo turno, neste domingo (29), o ministro pediu aos eleitores que não deixem de votar.
"Mesmo quem não compareceu no primeiro turno pode votar agora", ressaltou.
O segundo turno ocorrerá em 57 cidades com mais de 200 mil eleitores onde nenhum dos candidatos a prefeito obteve maioria absoluta dos votos -18 capitais estão na lista.
"Votem conscientes. Vocês estarão decidindo o seu futuro, o futuro dos seus filhos e do seu país. Não entreguem aos outros o seu destino", disse o presidente do TSE, antes de pedir que os eleitores usem máscara e mantenham distanciamento social nos locais de votação.
As eleições 2020 obedecem a um protocolo sanitário para evitar a disseminação de coronavírus. Entre as regras, estão a obrigatoriedade do uso de máscaras pelos eleitores e mesários.
O TSE também excluiu a identificação biométrica e alterou o protocolo de entrega dos documentos, que agora devem ser apenas exibidos aos mesários. A Justiça Eleitoral recomenda ainda que cada um tenha sua própria caneta.
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