No início de abril, Quitéria de Souza, de 57 anos, foi tomar banho e se surpreendeu ao não conseguir passar xampu nos cabelos. Fraca, ela precisou chamar uma filha para ajudá-la, o que ligou um sinal de alerta para a moradora de Itaquera (zona leste de São Paulo).
"Fiquei assustada e cansada, com falta de ar. Depois saí correndo para o Hospital de Emergências Santa Maggiore, onde fiz o teste e descobri que estava com o coronavírus. De lá, fui transferida para a unidade do Paraíso, onde fiquei internada por cinco dias", conta Quitéria, explicando que não precisou ficar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Fiquei monitorada com os aparelhos, mas não cheguei a usar respirador."
Em casa após se recuperar, ela afirma que continua fraca e o apetite está voltando aos poucos. "Até água eu não conseguia beber. Fiquei muito magra porque não estava me alimentando", lembra.
Os principais sintomas sentidos pela dona de casa foram forte dor abdominal, perda de apetite, febre de 39º C/40º C e muita falta de ar, que tirava seu ânimo nas coisas mais simples.
Ela conta que os familiares se preocuparam com sua situação. "Meus parentes ficaram com medo de me perder. A gente dorme bem e acorda não podendo nem se mexer...", diz.
Viúva, dona Quitéria mora com as filhas Paloma, 26 anos; Natália, 25, e Daniele, 22. As três apresentaram sintomas do novo coronavírus, mas não chegaram a fazer teste para confirmar. Mesmo assim, não precisaram ficar internadas.
"Só a Natália teve pneumonia. Ela foi ao hospital e fez tomografia, mas tomou antibiótico e melhorou", diz Quitéria, lembrando que, quando internada, apenas a filha mais velha ia visitá-la. "Ela podia ficar só meia hora, mas eu nem queria que elas fossem."
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta