O governo brasileiro afirmou nesta terça-feira (5) que não há proibição oficial do governo da Índia para exportação de vacinas contra a Covid-19 e que a compra, pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), de 2 milhões de doses prontas do imunizante está em estágio avançado. A previsão é que esse primeiro lote seja entregue em meados de janeiro.
No domingo (3), um alto dirigente do Serum Institute, que na Índia fabrica a vacina desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, havia dito que a exportação de imunizantes estava proibida por enquanto, para priorizar o mercado interno.
Nesta terça, a instituição voltou atrás e disse que as vendas para o exterior estavam liberadas, mas a informação inicial gerou incerteza no governo brasileiro, que acionou o Itamaraty e entrou em contato com autoridades indianas para entender se a decisão afetava a compra negociada pela Fiocruz.
"As negociações entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Serum da Índia para a importação pelo Brasil de quantitativo inicial de doses de imunizantes contra a Covid-19 encontram-se em estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro", afirma uma nota conjunta do Itamaraty e do Ministério da Saúde.
O mesmo comunicado diz ainda que, na segunda (4), o secretário-executivo da Saúde, Elcio Franco, teve reunião com o embaixador da Índia no Brasil para tratar do tema.
"Em nota conjunta, publicada hoje, 5 de janeiro, o Instituto Serum da Índia e a Bharat Biotech comunicaram a sua firme intenção de garantir acesso mundial a suas vacinas contra Covid-19. O CEO do Instituto Serum esclareceu, ainda, publicamente, que a exportação de vacinas produzidas na Índia é permitida para todos os países", destacou o comunicado.
A vacina de Oxford é hoje a principal aposta do governo brasileiro para iniciar a imunização contra Covid-19 no país.
O pedido para importar as 2 milhões de doses foi enviado pela Fiocruz à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 31 de dezembro e liberado pela agência na mesma data, de forma excepcional.
Em ofício enviado à agência, a Fiocruz alegou que a medida faz parte de uma estratégia para tentar garantir o início da vacinação ainda em janeiro. Até então, a Fiocruz planejava entregar as primeiras doses da vacina, obtidas por meio de produção nacional, em 8 de fevereiro.
Uma negociação com a AstraZeneca, no entanto, abriu a possibilidade de adiantar as datas por meio de doses importadas e enviadas já prontas. A previsão era que elas fossem entregues pelo Serum Institute, um dos centros de produção da vacina de Oxford no mundo. Enquanto isso, a Fiocruz pediria à Anvisa aval para uso emergencial das doses.
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