A Comissão Temporária da Covid-19 no Senado aprovou nesta segunda-feira (15) requerimento de convocação imediata do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para falar sobre as medidas adotadas no combate à pandemia.
“Convido os senadores para a próxima reunião, a ser realizada quinta-feira (18) às 9 horas, para ouvir o ministro da Saúde, preste bem atenção, Eduardo Pazuello, ou ele, ou quem vier a substitui-lo, para debater o Plano Nacional de Imunizações, o cumprimento dos respectivos prazos bem como as medidas de combate à pandemia”, disse o presidente da comissão, Confúcio Moura (MDB-RO), diante dos rumores de que Pazuello poderia deixar a pasta nos próximos dias.
Em outro requerimento aprovado hoje, a comissão pede que o ministro da Economia, Paulo Guedes, envie aos senadores informações sobre o apoio a estados na ampliação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes com covid-19. A comissão aprovou ainda requerimento de informações à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre autorização de vacinas em caráter emergencial e definitivo.
Na semana passada, em resposta a um pedido de informação feito pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Pazuello informou que não há atraso ou modificação no cronograma de entrega de vacinas contra covid-19 aos estados e municípios.
Segundo o ministro, a campanha de vacinação, iniciada em 18 de janeiro, é feita de forma escalonada, conforme disponibilidade de doses de vacinas e diretrizes apresentadas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
Além de votar requerimentos, os senadores ouviram hoje os governadores Renato Casagrande (Espírito Santo), João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Flávio Dino (Maranhão) para saber das dificuldades no enfrentamento da pandemia e na vacinação, bem como o colapso no sistema de saúde nos estados, e o estágio da pandemia e da campanha de imunização.
“Já estamos em 1.200 óbitos por semana, e, infelizmente, as projeções indicam que chegaremos a 2 mil óbitos por semana, porque, por mais que haja expansão de estrutura de atendimento, a expansão de estrutura de UTIs demanda equipes especializadas. São médicos intensivistas, anestesistas, fisioterapeutas que precisam ter a devida especialização para manusear os respiradores”, relatou o governador gaúcho, Eduardo Leite.
Na mesma linha, o governador de São Paulo disse que a pandemia provocou sobrecarga na rede hospitalar, especialmente nos leitos de UTI. Para Doria, a estrutura está “à beira do colapso total”. “Jovens com 18, 19, 20 e 25 anos sendo hospitalizados em UTIs. São Paulo tem a mais robusta estrutura hospitalar da América Latina, em hospitais públicos e privados. Já estamos chegando quase a 90% da ocupação de todos os leitos e rapidamente tendo necessidade de disponibilizar mais leitos. E o problema não é disponibilizar mais leitos: é não termos recursos humanos. Não há condição de formarmos profissionais para as ações em UTIs”, afirmou.
No Maranhão, o governador Flávio Dino disse que a situação também é preocupante. “Chegamos a ter apenas 300 pacientes com coronavírus internados no Maranhão em dezembro. Hoje vamos chegando a 2 mil novamente. Tivemos uma multiplicação por 6 em dois meses, praticamente. São 1.568 leitos estaduais para coronavírus, fora municípios e rede privada. Com ocupação girando entre 80% e 90% há várias semanas”, relatou Dino, acrescentando que o Maranhão está com medidas intermediárias para incentivar o distanciamento social.
Renato Casagrande, do Espírito Santo, destacou que, quanto mais depressa forem feitos novos contratos com farmacêuticas para aquisição de vacinas, mais vidas serão salvas. “O governo, no ano passado, fez bons contratos, e agora, com o apoio do Congresso Nacional, tenho visto que há já uma preocupação diferenciada. Para nós, isso é importante porque, mesmo atrasados, fazer cumprir o cronograma de vacinação é muito importante”, afirmou o governador.
Em nota divulgada na noite passada, o Ministério da Saúde informou que Eduardo Pazuello está bem de saúde e permanece à frente da pasta.
A íntegra da nota é a seguinte: "O Ministério da Saúde informa que o ministro Eduardo Pazuello segue à frente da pasta, com sua gestão empenhada nas ações de enfrentamento da pandemia no Brasil.
Esclarecemos ainda que Pazuello se encontra em perfeito estado de saúde e [que] não há nenhum pedido de demissão do ministro ao presidente da República."
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