O desfile de blindados realizado na Esplanada dos Ministérios, no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados pode votar a proposta do voto impresso, foi comentado por senadores na CPI da Pandemia, nesta terça-feira (10).
Ao falar como líder do MDB, o senador Eduardo Braga (AM) condenou a ação e afirmou que “todo poder emana do povo e em nome do povo será exercido”.
Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacaram não ser a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro se utiliza do cargo para tentar intimidar os parlamentares.
"Talvez seja para não demonstrar a força, mas para esconder, como os esquemas de corrupção que esta CPI está descobrindo", expôs Randolfe.
Ao comentar o desfile militar, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que não foi a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro tentou intimidar o Congresso Nacional. Mas, segundo ele, a estratégia não tem dado certo, pois os senadores não vão se intimidar e nem recuar.
Para Otto, o presidente deveria se preocupar com a inflação, com as pessoas que perderam a vida na pandemia e com a geração de emprego e renda para 15 milhões de desempregados. Porém, acrescentou, nada disso o comove, apenas a necessidade de proteger o mandato.
Fabiano Contarato (Rede-ES) enfatizou que, em momento algum, Jair Bolsonaro se solidarizou com a família dos mortos pela covid-19 e que “passou da hora de darmos uma resposta ao presidente”.
O líder do Governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), lembrou sua história no Congresso Nacional e afirmou que aposta na democracia e no Estado de direito para superar momentos de maior tensão. Ele compartilhou as preocupações de outros senadores, mas apontou alguns excessos nas falas. Para Bezerra, é preciso evitar ambientes de radicalização: "Nosso papel como membros do Congresso Nacional é criar e apostar em um ambiente de diálogo".
Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Marcos Rogério (DEM-RO) defenderam a aprovação do voto impresso. O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) criticou a interferência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso.
Fonte: Agência Senado
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