Com tanta gente de quarentena e preocupada com a evolução da pandemia do novo coronavírus, um grupo de três desenvolvedores e uma designer resolveu criar um site que reúne só notícias boas sobre a doença produzida pela imprensa.
São reportagens que mostram, por exemplo, a aprovação de um teste que detecta o coronavírus em apenas cinco minutos, ou voluntários no Recife que fabricaram jalecos para suprir faltas em hospitais. O site redireciona o visitante diretamente para a fonte da notícia clicada.
O Good News Coronavírus está no ar desde o dia 20 de março e tem código aberto, ou seja, qualquer um que entenda de programação pode sugerir alterações para melhorar o projeto.
A ideia surgiu quando o recifense Fernando Fernandes, 27, em quarentena e trabalhando de casa, percebeu que a enorme quantidade de notícias ruins sobre o tema estava influenciando negativamente seu trabalho.
"Tenho parentes em grupos de risco, e ler sobre isso estava me fazendo muito mal", conta. "Pesquisei e vi que não tinha só notícia ruim, comecei a ver luz no fim do túnel. Quis que outras pessoas tivessem essa sensação", completa.
O site foi programado para buscar essas notícias sozinho nas plataformas de busca, mas, antes de serem publicadas na página, elas passam por uma triagem dos criadores. São selecionadas apenas reportagens de veículos de imprensa profissional que os criadores do site julgam confiáveis. Se resta alguma dúvida sobre uma notícia, as informações são verificadas em mais de um veículo.
"Não queremos acabar divulgando fake news, e também deixamos claro que o momento do país é complicado, apesar de divulgarmos notícias boas", diz Fernandes. Abaixo do título do site, há uma tarja com o texto: "Vale lembrar que as notícias não mudam o cenário atual do Brasil. Fiquem em casa e lavem as mãos".
Desde sábado (28), o Good News Coronavírus tem publicidade. O objetivo, porém, não é gerar lucro: toda a receita será revertida em doações diretas ou em forma de equipamentos e materiais para hospitais, segundo os criadores.
Como passaram poucos dias desde que a monetização começou, a receita ainda não passa dos R$ 50, e, por isso, ainda não há um plano de como as doações serão feitas. A previsão é que consigam arrecadar até R$ 10 mil no próximo mês se o crescimento de acessos continuar no mesmo ritmo.
Fernandes conta que a equipe tem recebido retorno muito positivo. Alguns dos visitantes enviam mensagens pelas redes sociais dizendo que não vão dormir, ou não começam o dia, sem antes acessar o site. "Tem muita gente ansiosa com a situação, vemos o impacto positivo do projeto", diz.
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