SÃO PAULO - As fortes chuvas do Rio Grande do Sul deixaram 136 mortos até as 9h deste sábado (11). Foram confirmadas 10 novas mortes desde sexta-feira (10) e o número pode crescer nos próximos dias, uma vez que há 125 desaparecidos, segundo a Defesa Civil gaúcha. Os mortos estão em 44 cidades, conforme a Defesa Civil, e há 756 feridos.
Diante das enchentes que deixaram mais de cem mortos no Rio Grande do Sul nos últimos dias, gaúchos têm buscado refúgio com parentes ou amigos em outros Estados, como Santa Catarina.
Segundo a Defesa Civil estadual, o número de desaparecidos vem caindo ao longo dos dias e a população tem sido orientada a procurar a Polícia Civil para informar sobre a localização de familiares.
Conforme o boletim das 9h, também há 71 mil pessoas em abrigos montados para socorrer as vítimas que não têm para onde ir — mais de 3.000 abrigados a mais do que no dia anterior. Dos 497 municípios gaúchos, 445 acabaram afetados pela tragédia.
Também são ao menos 303 mil pontos sem energia (o número é maior, porém a RGE Sul não informou a quantidade de pontos na manhã desta sexta) e 208 mil imóveis continuam sem água no estado.
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e mais de 338 mil alunos acabaram impactados. Neste sábado, são 1.028 escolas afetadas, 528 danificadas e 84 servindo de abrigo.
A tragédia tem sido comparada ao furacão Katrina, que em 2005 destruiu a região metropolitana de Nova Orleans, na Lousiana (EUA), atingiu outros quatro estados norte-americanos e causou mais de mil mortes.
Profissionais de saúde apontam semelhanças entre as duas tragédias, como falta de prevenção de desastres naturais e inexistência de uma coordenação centralizada de decisões. Colapso nos hospitais, dificuldade de equipes de saúde chegarem aos locais de trabalho e desabastecimento de medicamentos e outros insumos são outras semelhanças apontadas.
O nível da água do lago Guaíba, que inundou a capital Porto Alegre, caiu para 4,60 metros na medição do cais Mauá às 7h deste sábado, conforme informações da Ceic (Centro Integrado de Coordenação de Serviços). No último dia 4, ele havia chegado a 5,30 metros, conforme o Ceic.
O lago é considerado inundado quando atinge 3 metros de altura. Há um alerta que é emitido quando o nível da água está em 2,5 metros.
Por isso, mesmo com a diminuição no volume de água do Guaíba, ruas e avenidas da capital gaúcha continuavam alagadas nesta quinta.
Ao mesmo tempo, o governo gaúcho alertou na segunda-feira para o risco de enchentes nos municípios localizados às margens da Lagoa dos Patos. A água que bloqueia ruas da região metropolitana desce pela lagoa em direção ao mar, o que pode acontecer rapidamente ou de forma mais lenta, dependendo da direção do vento.
A volta da chuva e de ventos fortes à região de Porto Alegre nesta quarta-feira (8) fez a prefeitura paralisar o resgate das vítimas das enchentes históricas. A previsão, segundo o Inmet, é que a temperatura caia no Rio Grande do Sul nesta semana.
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