SÃO PAULO - O Rio Grande do Sul registrou 75 mortes em decorrência às fortes chuvas que atingem o estado desde o fim da semana. A informação foi confirmada pelo governo estadual neste domingo (5). Há um total de 103 desaparecidos.
O boletim do governo gaúcho diz ainda que há 780.725 pessoas afetadas pela tragédia e 155 feridos. Entre as 75 mortes informadas pelo governo, há seis em investigação para determinar se, de fato, foram causadas pelas chuvas.
De acordo com a Defesa Civil, 334 municípios foram afetados pela enchente histórica. Ao todo, há 16.609 desabrigados, instalados em alojamentos cedidos pelo poder público, e 88.019 desalojados.
O número de mortes confirmadas e de pessoas afetadas mais do que dobrou em relação à última sexta-feira (3).
Ainda conforme a Defesa Civil, neste domingo (5) havia mais de 839 mil imóveis sem abastecimento de água, fornecido pela empresa Corsan, e 421 mil domicílios sem energia elétrica.
Os temporais também afetaram o serviço de telefonia em várias cidades. A TIM informou que 46 municípios estavam sem serviços de telefonia e internet na manhã de domingo. O problema atinge a Vivo em 45 cidades, e a Claro em 24 municípios.
As aulas foram suspensas nas 2.338 escolas da rede estadual e quase 200 mil alunos foram impactados. Um total de 250 escolas tiveram sua estrutura danificada pelas consequências da chuva. O governo estadual informou que, na tarde deste domingo, divulgaria a orientação para o retorno às aulas para a rede estadual.
Em todo o estado, os temporais também provocaram também danos e alterações no tráfego nas rodovias estaduais gaúchas. Segundo a última atualização, neste domingo, eram 113 trechos em 61 delas, com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes. Sete rodovias com bloqueios foram liberadas ao longo do sábado.
Segundo o governo gaúcho, duas barragens estavam em situação de emergência, com risco iminente de romperem.
A chuva voltou a cair na Grande Porto Alegre e em municípios da região norte do estado durante a madrugada deste domingo. Em Canoas, na região metropolitana, populares realizaram um cordão humano dentro da água para auxiliar as embarcações que a todo momento chegavam com pessoas resgatadas das áreas inundadas.
Na noite de sábado, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que a região vai precisar de uma espécie de "Plano Marshall", em referência ao plano dos Estados Unidos para reconstrução de países aliados após a Segunda Guerra Mundial.
Leite afirmou que a chegada de reforços será importante para as demais frentes de atuação, como o reconhecimento de corpos e a reconstrução de estadas. A prioridade neste momento, porém, é o resgate das vítimas.
"Tudo o que é possível empregar está sendo empregado. Vai chegar mais gente. Não porque não tenham chegado antes porque não quisessem, mas porque essa mobilização leva um tempo", disse ao ser questionado sobre a ajuda do governo federal nesse esforço.
O presidente Lula (PT) voltará ao estado neste domingo (5) para acompanhar de perto a crise.
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