Coube ao ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, fazer o discurso de abertura da segunda edição brasileira da Cpac, conferência conservadora que começou nesta sexta-feira (3) em Brasília. Sua fala deu sinais do que vem por aí na campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Como resumiu Onyx em determinado momento de um pronunciamento acompanhando com empolgação pela plateia, "somos nós contra eles".
"Eles", como detalhou o ministro, são os petistas e seus aliados. Em imagens exibidas num telão, ele procurou demarcar esse contraste, exibindo frases e dados.
Um dos números mais aplaudidos mostrou o resultado do emprego na fase final do governo de Dilma Rousseff (PT) comparado à geração de postos de trabalho sob Bolsonaro.
"Foram 2,5 milhões de empregos destruídos no governo daquela senhora que gostava de estocar vento. E sem pandemia", afirmou. Já Bolsonaro, segundo Onyx, criou 2,8 milhões de empregos.
O ministro também exibiu imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de líderes de esquerda em países como Cuba e Venezuela, e de cenas de manifestações de movimentos aliados como MST e MTST.
"Enquanto eles se serviram do Brasil, o governo do presidente Bolsonaro serve ao Brasil. Não é apenas um jogo de palavras. Isso faz toda a diferença", afirmou o ministro.
O discurso ignorou outros possíveis candidatos e centrou fogo em Lula e no PT, o que mostra que apostar em polarização com a esquerda será a linha de campanha.
Segundo Onyx, os petistas "são mestres no disfarce, na mentira, na enganação".
Também já parece haver um discurso pronto para a crise econômica, marcada por baixo crescimento e aumento da inflação.
É o reflexo, disse o ministro, das medidas de isolamento social durante a pandemia. "Qual foi o resultado do fecha tudo, do fica em casa? As dificuldades que nós vivemos hoje", afirmou.
Já Bolsonaro, segundo Onyx, foi o "primeiro líder mundial a dizer que temos que enfrentar essa doença com equilíbrio".
A conferência se encerra sábado (4), com a presença de integrantes do governo, deputados, influenciadores e ativistas em geral. A maior estrela é a presença de Donald Trump Jr., filho do ex-presidente. Há ainda a expectativa de presença, no final da conferência, do próprio Bolsonaro.
A organização está a cargo do Instituto Conservador-Liberal, presidido pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O evento é inspirado na Cpac americana, sigla para Conferência de Ação Política Conservadora. A primeira edição ocorreu em 2019 em São Paulo, com público maior do que o evento de agora, em parte reflexo da pandemia.
Como sempre acontece em encontros do tipo, há diversos estandes para venda de livros, camisetas e badulaques em geral. Mas não máscaras, que é um item ignorado por muitos dos presentes ao evento.
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