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"Sou ministro da Saúde, não sou censor do presidente", diz Queiroga

"Sou ministro da Saúde, não sou censor do presidente", diz Queiroga

Renan Calheiros havia mostrado anteriormente um vídeo com episódios de aglomerações provocadas por Bolsonaro, chamando Queiroga de "omisso"

Publicado em 8 de junho de 2021 às 17:57

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, repetiu a fórmula usada na primeira oitiva à comissão e se esquivou de avaliar as atitudes do presidente Jair Bolsonaro que contrariam medidas de enfrentamento à Covid-19, como uso de máscara e distanciamento social. Em resposta ao relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Queiroga afirmou não ser "censor" do presidente da República. Renan havia mostrado anteriormente um vídeo com episódios de aglomerações provocadas por Bolsonaro, chamando Queiroga de "omisso" pelo fato de o presidente continuar promovendo essas situações.

O ministro da Saúde disse já ter falado com o presidente sobre o assunto. Quando questionado o que o mandatário teria falado nesses encontros, Queiroga disse apenas que, em sua presença, Bolsonaro usa máscara "na grande maioria das vezes". O titular da Saúde afirmou também que orienta o presidente sobre essas questões. "Evidente que sim. Já informei que conversei com o presidente sobre esse assunto", disse ele.

"É um ato individual. As imagens falam por si só, estou aqui como ministro para ajudar o País, e não vou fazer juízo de valor a respeito da conduta do presidente da República", afirmou Queiroga, que disse ainda que as recomendações sanitárias "estão postas" e que cabe "a todos" aderir a essas medidas.

COPA AMÉRICA

No depoimento, Marcelo Queiroga afirmou que não existem provas de que a prática de esportes aumente a contaminação de atletas. A declaração foi dada em resposta aos questionamentos do relator Renan Calheiros sobre o Brasil ter aceitado sediar a Copa América. "Estados que aceitaram Copa América estão de acordo com a atividade. Decisão de fazer ou não evento (a copa) não compete ao Ministério da Saúde", disse Queiroga, segundo quem serão apresentados documentos que fundamentam a posição do governo sobre sediar o campeonato.

O ministro ainda alegou que não haverá risco de aglomerações e contaminação maior do coronavírus em razão da Copa América. "Copa América é evento pequeno com número pequeno de pessoas, não é Olimpíada", disse ele.

Queiroga também voltou a dizer que a vacinação contra a covid-19 das comitivas que disputarão o campeonato não será obrigatória, contrariando informação dada pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos. A competição começa no próximo domingo, dia 13.

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