O Estado de São Paulo chegou à décima semana seguida com queda no número de internações pelo novo coronavírus, anunciou o governo do estado em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (28). Na última semana (entre os dias 20 e 26) a redução foi de 11% em relação à semana anterior (entre os dias 13 e 19). A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 44,7% no estado -na capital, a ocupação está em 43,2%.
Na última semana, o estado também registrou queda de 16% no número de mortes causadas pela Covid-19 em relação à semana anterior. Até esta segunda (28), pouco mais de sete meses após o registro do primeiro caso em São Paulo, a doença foi responsável por mais de 35 mil óbitos no estado.
De acordo com Eduardo Ribeiro, secretário-executivo de Saúde, os números mostram uma queda consistente nas últimas semanas.
"Essa queda é um sinal inequívoco de que a doença está regredindo de maneira sólida em São Paulo", acrescentou o governador João Doria (PSDB).
Mesmo com a redução nos números da doença, o governador afirmou que somente a chegada de uma vacina contra o Sars-Cov-2 vai proporcionar uma retomada segura. Segundo Doria, os primeiros resultados da fase 3 de estudos clínicos com a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, podem ser publicados dentro dos próximos 30 dias.
O governo do estado tem uma parceria com a farmacêutica para que o Instituto Butantan teste, distribua e produza a vacina no Brasil. Recentemente, os testes com a imunização receberam autorização para ter o número de voluntários ampliado de 9 mil para 13 mil. Os estudos são conduzidos em sete estados.
A expectativa é de que a publicação precoce possa acelerar o processo de aprovação da imunização para uso no Brasil por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que colocaria o estado de São Paulo na frente nessa corrida.
No dia 23 deste mês, o governador disse que esperava uma liberação emergencial da Anvisa para dezembro.
Atualmente, pelo menos quatro imunizações contra a Covid-19 têm autorizações para testes no Brasil. Duas delas delas têm acordos avançados para produção no país: a CoronaVac, com o governo de São Paulo, e a vacina produzida pela Universidade de Oxford e a empresa AstraZeneca, que tem acordo com o governo federal para produção pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio.
Todas as vacinas dependem de um registro da Anvisa para serem distribuídas à população, e isso só deve acontecer após a divulgação dos testes de fase 3, os mais importantes no desenvolvimento de uma vacina. São os resultados dessa fase que dizem se a dose é capaz de proteger contra a infecção. Geralmente, são feitos com dezenas de milhares de participantes acompanhados por vários meses para que os cientistas possam conhecer a eficácia da substância.
A vacina chinesa, maior aposta de Doria para conter a pandemia no estado, se mostrou segura (com efeitos adversos brandos e pouco frequentes) e capaz de induzir reposta imunológica contra o Sars-Cov-2 em fases anteriores de pesquisa. Mas não se sabe ainda se a resposta imunológica produzida por ela pode proteger contra a doença.
Durante a entrevista, Doria reafirmou a confiança nos resultados da CoronaVac, e mandou um recado à Anvisa: "Estou confiante de que a Anvisa vai agir de forma técnica, sem viés político".
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