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STF nega pedido de Bolsonaro para retomar contato com investigados em trama golpista

STF nega pedido de Bolsonaro para retomar contato com investigados em trama golpista

Com as decisões da Corte, ex-presidente segue impedido de se comunicar com aliados políticos e militares próximos — entre eles, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o general da reserva Walter Braga Netto

Publicado em 21 de outubro de 2024 às 20:46

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, por unanimidade, recusar um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para permitir que ele retome contato com os demais investigados pela suposta tentativa de golpe de Estado.

O Supremo julgou ainda outros dois recursos da defesa de Bolsonaro. Os ministros negaram pedidos para a devolução do passaporte do ex-presidente e para o acesso à delação do tenente-coronel Mauro Cid.

Com as decisões, Bolsonaro segue impedido de se comunicar com aliados políticos e militares próximos — entre eles, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o general da reserva Walter Braga Netto.

A proibição foi determinada por Alexandre de Moraes em 8 de fevereiro deste ano. Naquele dia, a Polícia Federal realizou a maior operação contra Bolsonaro, generais das Forças Armadas e aliados do ex-presidente na investigação sobre os planos golpistas.

As decisões foram tomadas no plenário virtual da Primeira Turma do Supremo, em sessão encerrada na última sexta-feira (18). O resultado do julgamento foi publicado nesta segunda-feira (21).

O relator da investigação é o ministro Alexandre de Moraes. Ele foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia.

Moraes disse, em um dos votos, que a Polícia Federal já apresentou "provas robustas de que os investigados concorreram para o processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não se consumou por circunstâncias alheias às suas vontades".

Por isso, a proibição de Bolsonaro de manter contato com outros investigados seria necessária para "resguardar a investigação, evitando-se a combinação de versões, além de inibir possíveis influências indevidas no ânimo de testemunhas e de outras pessoas".

A defesa de Bolsonaro pediu ainda ao Supremo que o ex-presidente recebesse, de volta, o passaporte e o direito de sair do país. Ela sustentava que "não foi apresentado nenhum indício que justificasse a alegação de risco de fuga".

Alexandre de Moraes afirmou que a investigação da PF já demonstrou a "possibilidade de tentativa de evasão dos investigados, intento que pode ser reforçado a partir da ciência do aprofundamento das investigações que vêm sendo realizadas".

Todos os ministros da primeira turma do Supremo concordaram com Moraes e decidiram manter o passaporte do ex-presidente apreendido.

Na terceira decisão, a turma do STF manteve sob sigilo da defesa de Bolsonaro a íntegra da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Os ministros argumentam que a Polícia Federal ainda não encerrou o inquérito e segue na busca por provas que confirmem trechos do depoimento do militar.

"A ressalva que se faz à compreensão vinculante diz respeito às diligências investigatórias em curso, que, sob risco de comprometimento do seu bom sucesso, deve ser preservado o sigilo necessário à apuração e à atividade instrutória, sob pena de inviabilizar as investigações em andamento", disse Moraes no voto.

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