O laudo da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul apontou nesta segunda-feira (1º) que a sucuri de grande porte encontrada morta às margens do rio Formoso, em Bonito (MS), na última semana, morreu de causas naturais.
Policiais militares ambientais localizaram a cobra no dia 24 de março, depois que o documentarista Cristian Dimitrius fez uma publicação nas redes sociais que denunciava a morte do animal. Ele filma cobras na região há dez anos e batizou a sucuri de Anajulia.
Guias turísticos do local viram a cobra boiando e a retiraram da água. Dimitrius disse à Folha que eles enviaram-lhe fotos. Pelas imagens, o documentarista reconheceu Anajulia, a partir das manchas que a espécie tem pelo corpo.
Na publicação, o documentarista indicou a possibilidade de a sucuri ter sido morta a tiros, mas o resultado da perícia confirmou os levantamentos iniciais, feitos na segunda-feira passada (25), que já descartavam a existência de perfurações por tiros ou qualquer outro objeto na cobra.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, Anajulia foi encontrada já em estado de decomposição pelos guias. A Delegacia de Bonito abriu inquérito para investigar as causas da morte do animal e solicitou a perícia.
No dia 26 de março, uma equipe do Instituto de Criminalística de Mato Grosso do Sul foi até o local onde a cobra foi encontrada para examinar a sucuri.
Perita criminal e veterinária, Maristela Melo de Oliveira disse que algumas hemorragias internas foram encontradas em Anajulia, mas, por causa do adiantado estado de decomposição da sucuri, não foi possível precisar a existência ou não de alguma patologia.
"Nós realizamos exames minuciosos em toda a pele do animal e foram encontradas apenas alguns arranhões não recentes na cabeça, o que é muito comum em sucuris, que são animais predadores", afirmou Maristela.
Após a análise, os restos mortais da cobra foram levados para o Instituto de Criminalística em Campo Grande (a 300 km de distância de Bonito), para exames complementares.
"Nós realizamos exames por raio-x na cobra, que poderiam indicar projéteis alojados ou quebramento de ossos, mas nada foi encontrado e descartamos efetivamente morte violenta ou por causas externas", disse o diretor do Instituto de Criminalística, Emerson Lopes dos Reis.
"Ela não foi acometida por uma morte violenta e, diante disso, resta como causa natural a morte desse animal", completou o perito.
A cobra já foi protagonista de reportagens e documentários especiais da BBC e apareceu em diversos conteúdos digitais.
A sucuri passará por um processo de embalsamamento, para preservar sua aparência, e será integrada ao acervo de animais das exposições da Polícia Militar Ambiental do estado.
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