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Supremo alerta sobre ilegalidade de greve de policiais

Supremo alerta sobre ilegalidade de greve de policiais

Os ministros Alexandre de Moraes e  Ricardo Lewandowski classificaram motim de PM como "inadmissível" e um perigo para as instituições

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 12:39

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Supremo Tribunal Federal (STF). (José Cruz/Agência Brasil/Arquivo)

O motim deflagrado por policiais militares no Ceará e os protestos da categoria reivindicando aumento salarial em outros locais do país estão sendo acompanhados pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que alertam sobre a ilegalidade de movimentos grevistas por forças de segurança.

O artigo 142 da Constituição Federal estabelece que militares não têm direito a sindicalização e a greve. O artigo 42 amplia a mesma condição aos policiais militares e aos bombeiros militares, por serem “instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina” militar.

Por anos, havia dúvida em relação a outros agentes de segurança pública, por não haver menção expressa a eles na Constituição. Interpretações diferentes faziam com que tribunais de todo o país julgassem greves legítimas ou não, a depender do juiz da causa.

O Supremo Tribunal Federal unificou o entendimento em abril de 2017, quando estendeu a proibição de greve aos policiais civis, policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais ferroviários federais.

“O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de Segurança Pública”, diz a tese aprovada em plenário.

Agora, com a crescente insatisfação dos agentes das forças de segurança e o motim deflagrado pela Polícia Militar do Ceará, desde o último dia 18, os ministros do Supremo defendem punição para integrantes de movimentos grevistas.

Antes de entrar para a sessão do plenário do STF, Alexandre de Moraes classificou o motim de “ilegal e inadmissível”. Já Ricardo Lewandowski disse que trata-se de “um perigo para as instituições”.

Moraes, que foi secretário de segurança pública de São Paulo e ministro da Justiça no governo do ex-presidente Michel Temer, afirmou que a Constituição veda a greve de forças de segurança e defendeu punição para os policiais que aderiram ao movimento no Ceará.

“O que vem acontecendo no Ceará é inadmissível. Crime de dano ao patrimônio público, destruindo viaturas, tiros”, declarou Alexandre de Moraes. Segundo ele, o movimento é “ilegal e tem que ter consequências tanto na Justiça comum quanto na criminal”.

O ministro Ricardo Lewandowski também comentou a crise na segurança pública do Ceará e disse que o movimento dos policiais militares “é um perigo para as instituições”.

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“Como ministro do Supremo Tribunal Federal, acho que é extremamente preocupante uma greve de policiais militares ou qualquer corporação armada. É constitucionalmente vedado que corporações armadas façam greve”, declarou.

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