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Suspeito de terrorismo participou de comissão do Senado que questionava STF

Suspeito de terrorismo participou de comissão do Senado que questionava STF

Polícia legislativa já sabe quem autorizou a entrada de George Sousa no parlamento, mas trata a informação como sigilosa

Publicado em 26 de dezembro de 2022 às 21:15

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SÃO PAULO - O homem suspeito de ter tentado explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto de Brasília participou de uma audiência pública no Senado Federal que questionava a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito presidencial.

A Secretaria de Polícia do Senado localizou as imagens de George Washington de Oliveira Sousa na 32ª reunião extraordinária da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC), realizada em 30 de novembro.

Suspeito de terrorismo em Brasília (DF), George Sousa participou de comissão do Senado
Suspeito de planejar ato terrorista em Brasília (DF), George Sousa (destaque) participou de comissão do Senado. (TV Senado/YouTube/Reprodução)

A presença na comissão indica que o suspeito de terrorismo já tinha conexões em Brasília, inclusive no parlamento, quando chegou à cidade disposto a praticar crimes.

A polícia legislativa já sabe quem autorizou a entrada de George Sousa no Senado, mas trata a informação como sigilosa.

Neste dia, o colegiado discutia as denúncias da campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre uma suposta falta de isonomia nas inserções de propaganda no rádio durante o pleito.

Por iniciativa do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), a comissão levou para o debate bolsonaristas como Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro e integrante da campanha à reeleição do presidente, o jurista Ives Gandra e a influenciadora digital Barbara Destefani, responsável pelo canal "Te Atualizei" e investigada no inquérito das fake news.

Com o empresário suspeito de terrorismo na plateia, os debatedores questionaram a eleição de Lula e criticaram o STF.

Os agentes investigam agora se ele tem ligação, por exemplo, com o empresário bolsonarista que fazia ameaças contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Sousa foi preso no sábado (24). Em depoimento, disse que participava do acampamento do QG do Exército que pede a intervenção das Forças Armadas no processo político do país.

Ele afirmou que mora no estado do Pará e que no dia 12 de novembro foi a Brasília para se incorporar aos protestos contra a eleição de Lula.

George Souza foi preso por suspeita de planejar ato terrorista em Brasília (DF)
Preso no sábado (24), George Sousa disse que participava do acampamento do QG do Exército em Brasília. (Polícia/Divulgação)

Disse que viajou à capital federal num carro em que levava duas escopetas calibre 12, dois revólveres, três pistolas, um fuzil Springfield calibre .308, mais de mil munições de diversos calibres e cinco bananas de dinamite.

Restrição a visitantes

Nesta segunda (26), a Secretaria de Polícia do Senado Federal decidiu restringir o acesso de visitantes às dependências da Casa depois dos atos de violência em Brasília, e da prisão de Sousa.

As medidas foram tomadas também visando aumentar a segurança para a posse de Lula, no dia 1º de janeiro.

De acordo com informações apuradas pela reportagem, apenas os 81 senadores, servidores e profissionais terceirizados com crachá de identificação poderão entrar no Senado.

Os gabinetes dos senadores, que podem autorizar a entrada de visitantes, não poderão fazer isso no período. Exceções deverão ser comunicadas com antecedência à segurança, que terá a prerrogativa de permitir ou não a entrada.

Além disso, os servidores deverão passar por um detector de metais antes de ter acesso ao prédio.

Eles hoje são dispensados da vistoria, mas vão ter que se submeter a ela no período de preparativos para a posse.

"É obrigatório que todas as pessoas passem pelos pórticos de raio-X e detectores de metal para adentrar nas dependências do Senado Federal. A medida direciona-se a servidores, funcionários terceirizados e prestadores de serviço. Durante esse período, não será permitida a entrada de visitantes", diz o despacho da segurança, assinado pelo diretor da Secretaria de Polícia, Alessandro Morales.

Entregadores também serão proibidos de acessar as dependências do Senado.

"O acesso a entregadores de alimentos ou motoristas de aplicativo não será concedido", avisa o informe.

"As entregas de alimento e o embarque ou desembarque de passageiros deverão ser procedidos na área externa ao Senado Federal", determina ainda o documento.

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