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Teich: decisão de Bolsonaro em antecipar uso da cloroquina teve peso em sua saída

Teich: decisão de Bolsonaro em antecipar uso da cloroquina teve peso em sua saída

Em entrevista à Globonews, ex-ministro da Saúde disse que não houve alinhamento de sua opinião com a do presidente "na forma de abordar o problema"

Publicado em 24 de maio de 2020 às 21:25- Atualizado há 5 anos

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Nelson Teich durante apresentação pelo presidente Jair Bolsonaro como novo ministro da saúde em 16/04/2020
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que deixou a pasta após 28 dias no cargo. (Marcello Casal/Agencia Brasil)

O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, disse na noite deste domingo, 24, em entrevista à Globonews que não houve um alinhamento dele com o presidente Jair Bolsonaro, por isso sua decisão de deixar o governo. "Não foi a cloroquina, foi política", afirmou ao ser perguntado se o uso do remédio para combater a Covid-19 foi o motivo de sua decisão.

"Na prática existia entre mim e o presidente uma diferença em como abordar o problema", afirmou o ministro. Teich disse que ainda não há estudos definitivos sobre a eficácia da cloroquina, que devem estar prontos "em duas, três semanas", inclusive no Brasil. Por isso, seria melhor esperar. "Aí fica mais fácil definir", disse ele. Mas Bolsonaro preferia antecipar a decisão de liberar o uso. "O problema não é a cloroquina, o problema são as suas escolhas."

"Para mim eu tinha que esperar pra tomar uma decisão. Não me senti pressionado, não tem pressão nenhuma", afirmou Teich. "Se tem coisas que não se sabe se funciona, eu não posso gastar dinheiro nisso, porque tenho pouco dinheiro." Por isso, disse ele, antecipar a decisão do uso da cloroquina teve peso em sua decisão de saída.

"O dinheiro da Saúde é muito pouco para ser gasto em coisas que não funcionam", disse ele. Teich ressaltou que sempre conversou com Bolsonaro, por mais que tivesse problemas com ele e afirmou que não sofreu pressão e nem aceitaria ser pressionado.

"Ter divergência não é ter conflito, por isso que a saída foi confortável', disse Teich.

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