O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta sexta-feira (15). A informação foi confirmada pela assessoria da pasta. A saída ocorre antes de completar um mês da posse dele no cargo. O secretário executivo, general Eduardo Pazuello, assume interinamente, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Teich assumiu a pasta em 17 de abril. Essa é a segunda saída de um ministro da Saúde em meio à pandemia do coronavírus. Teich havia substituído Luiz Henrique Mandetta.
Nos últimos dias, Teich e Bolsonaro tiveram divergências. A saída do ministro ocorre após pressão do presidente para alteração dos protocolos do Ministério da Saúde sobre o uso de cloroquina em pacientes com a Covid-19. A recomendação da pasta, hoje, é a utilização apenas em casos graves e de internação.
Em reunião com empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nesta quinta-feira (14), Bolsonaro afirmou que Teich não corria o risco de ter com mesmo destino que o seu antecessor. No entanto, afirmou que exigia que a cloroquina fosse aplicada nos pacientes com a doença desde os primeiros sintomas.
Durante coletiva de imprensa na segunda-feira (11), Teich demonstrou surpresa ao saber, pelos jornalistas, que o presidente havia incluído academias, salões de beleza e barbearias na lista de atividades essenciais durante a pandemia. "Saiu hoje?", perguntou. "Não é atribuição nossa, isso aí é uma atribuição do presidente", prosseguiu, na ocasião.
Teich também não conseguiu tirar do papel um plano de diretrizes para o isolamento social. O anúncio foi cancelado na quarta-feira (13), após embate com conselhos que reúnem gestores de Estados e municípios.
De acordo com o G1, Teich foi chamado para uma reunião no Palácio do Planalto na manhã desta sexta. Ele esteve com Bolsonaro e depois voltou para o prédio do Ministério da Saúde. A demissão foi anunciada logo depois.
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