A Telefônica Brasil, dona da Vivo, vai ativar o sinal da internet móvel de quinta geração (5G) a partir de 24 de julho em bairros de oito cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre.
A informação é do vice-presidente de B2C do grupo, Marcio Fabbris, em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Estamos trabalhando há muito tempo para ativar o 5G. Desde junho de 2018 vínhamos planejando isso", conta. "O 5G será muito importante na digitalização do Brasil", ressalta.
A iniciativa colocará a Telefônica na liderança da cobertura do 5G em número de cidades atendidas no País. A Claro foi a pioneira na ativação do sinal esta semana e, por enquanto, ficará concentrada em São Paulo e Rio de Janeiro, porém com planos de chegar a mais bairros.
A Telefônica também optou por pegar um "atalho" para oferecer a nova geração de internet aos consumidores, assim como fez a Claro. As operadoras vão usar a tecnologia DSS (do inglês Dynamic Spectrum Sharing, ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro). Basicamente, isso consiste em pegar emprestado para o 5G um "pedaço" das frequências hoje destinadas ao 4G.
As frequências são como "rodovias" por onde trafegam os sinais. Ao fazer esse remanejamento, as teles estão antecipando a ativação do 5G que, para atingir uma larga escala no País, ainda depende do leilão das faixas de frequências que será promovido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Na leilão serão ofertadas as faixas específicas pelas quais o sinal do 5G vai alcançar todo o País, sendo que a principal delas será a de 3.500 Mhz. O certame estava previsto para 2020, mas ficou para 2021, porém ainda sem data definida.
Com a tecnologia DSS, a Telefônica vai destinar para o 5G as frequências de 2.600 Mhz, 1.800 Mhz e 700 Mhz, hoje usadas pelo 4G. Os equipamentos usados nessas operações já estão instalados e são da Ericsson e da Huawei. Já para a ampliação da cobertura de 5G após o leilão, o que demandará mais equipamentos, não há definição sobre quais serão os fornecedores, disse Fabbris. "Para o 5G (futuro), não temos nada definido. O natural seria seguir com os mesmos fornecedores, o que gera sinergias para a rede. Evitamos trocar fornecedores", explicou.
Por outro lado, ele lembrou que as operadoras ainda aguardam uma posição definitiva sobre a regulamentação da nova tecnologia e possíveis restrições à atuação da chinesa Huawei, que tem sido vetada em alguns países por pressão do governo dos Estados Unidos. "Isso (possível veto à Huawei) é uma variável que não controlamos. Se existir alguma regulamentação (restringindo a fabricante), teremos que seguir. Em algum momento, esse assunto vai ficar crítico", comentou o executivo.
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